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Hellshock / Dementia 13 / Estado de Sítio / Misantropia
29.09.13 - Hard Club, Porto

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A Ruins Records reuniu quatro bandas distintas para fazer uma festa de sonoridade extrema – o crust dos Misantropia, o punk/hardcore dos Estado de Sítio, o death metal old school dos Dementia 13 e a mistura de death com hardcore dos norte-americanos Hellshock.

O relógio marcava alguns minutos depois das 17h30 quando os MISANTROPIA começaram a tocar “Butterfly Disease”. O público não era muito, mas para um domingo à tarde até nem estava assim tão fraco. Notava-se algum nervosismo por parte da vocalista Pepper , mas ao fim de duas ou três músicas já parecia mais à vontade. O mesmo com os restantes músicos, que a determinada altura cometeram um erro, uma das músicas sofrendo “um soluço”, mas logo contornaram a situação sem alarido, mostrando um autocontrolo profissional.

Mesmo sem mosh, a reacção do público foi positiva a esta jovem banda (têm pouco mais de dois anos). Temas como “Ode ao Nojo”, “Grind Down White Pride” ou “Animas Ingratos” foram bem recebidos com berros, aplausos e abanar de cabeças em meia hora de puro crust/grind.

Sem grandes demoras, seguiram-se os veteranos aveirenses ESTADO DE SÍTIO. Os temas de abertura foram “Divina Miséria” e “Liberdade Controlada”, e o título desta traduziu exactamente o contrário da actuação da banda – hardcore desenfreado do princípio ao fim.

Aquecidos pelos Misantropia, e entretanto já em maior número, os presentes já se mexeram mais, embora o mosh continuasse inexistente. Nem invasão de palco, embora a banda tenha tocado essa música mais para o final. Outros temas que se puderam ouvir foram “Heróis Sem Pátria”, “Renego Ao Senhor” e “Olho Por Olho”, num alinhamento que terminou com “Mundo Perdido” e “Álcool”. Um bom concerto que merecia um bocadinho mais de movimento por quem lá estava e adesão por quem faltou.

Embora algo deslocados em termos de estilo musical, os DEMENTIA 13 convenceram mesmo aqueles fora do grupo de fãs que estava lá para apoiá-los. Começando com “The Damned, The Dead And The Demented”, uma música que não faz parte do EP de estreia “Tales For The Carnivorous” mas que têm vindo a tocar ao vivo, a qualidade da banda revelou-se indiscutível. A experiência também pesa – embora formados no final de 2010, não esqueçamos que todos os elementos andam há anos neste meio  – e foi precisamente este traquejo que lhes permitiu dar semelhante concerto, depois de um outro em Castelo Branco na noite anterior. O guitarrista Álvaro confessou que estavam “todos rotos”, mas a verdade é que não se notava. E também foi ele que mais tarde lembrou que “ainda eram do tempo” em que se fazia aquele tipo de concerto, com death, thrash, grind, tudo à mistura.

Dedicaram a todos os presentes – bandas incluídas – a cover dos Gangrena “Nuclear Blast” e terminaram com o tema para o qual fizeram um vídeo recentemente, “Brotherhood Of The Flesh”.

“Boa noite. We are HELLSHOCK from Portland, Oregon” disse o vocalista Joel antes da banda meio-crust, meio-death começar a tocar “Darkness Will Endure”. A maioria das pessoas estava ainda a apanhar ar, pelo que Joel repetiria o cumprimento no final do segundo tema, “Low Men In Yellow Cloaks”, depois de ter saltado para a plateia (“feels much better now”, desabafa), onde ficou até ao final do concerto, rodeado pelo público. Este, apreciando a proximidade de Joel, mexeu-se mais entusiasticamente, embora fosse claro que muitos não conheciam o trabalho da banda.

Joel apresentou “The Masquerade” como uma música antiga (“you might know this one”, tentou), embora as músicas mais recentes tivessem quatro anos.

A banda retirou-se para o camarim após “Stray” – deixando Joel para trás, de cócoras no meio do púbico – voltando para um encore que o vocalista anunciara ser de dois temas, mas que acabou por ter mais: “Dead Lights”, “Enemy Within” e “Olympus” - esta sim antiga, da primeira demo “Ghosts Of The Past”, de 2001.

Venham mais matinés destas. Mas sabia bem não ter que ouvir-se a expressão “poucos mas bons” relativamente ao público.

Texto e fotografia: Renata Lino

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