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Freddy [Palha d'Aço]: «Hoje em dia existe um pouco menos de quantidade e qualidade»


O Grito Insular esteve à conversa com a banda de punk/rock terceirense Palha d'Aço da qual resultou uma retrospectiva de um projecto fundado há dezasseis anos e uma análise ao cenário alternativo na ilha Terceira, tendo em conta o presente e o passado. 

"Nos anos 90 as coisas eram bastante diferentes", começou por afirmar o guitarrista Freddy. "Não havia certas tecnologias que tornam as coisas todas diferentes, como a Internet. Na altura, a cena alternativa era bastante diferente. Aderiam mais aos concertos, (...) havia muita quantidade mas também qualidade [em relação a bandas]. Em comparação ao que existe hoje em dia, basicamente, existe um pouco menos de quantidade e qualidade. As pessoas decidem investir tempo noutras coisas", argumenta.

Já o vocalista Viali é da opinião de que "tanto antigamente como agora, existem dois bons cenários", mas também concorda que o público "aderia mais aos concertos" e "estava mais na onda do punk e rock". Ainda assim, não duvida: "Às vezes antes poucos mas bons."

Freddy realça ainda as dificuldades em desenvolver-se competências musicais há mais de dez anos e o peso que os meios tecnológicos tem numa nova geração de músicos. "Acho que agora há muita qualidade, têm a Internet. O pessoal pode aprender música através do Youtube e outras plataformas online. Na altura, tínhamos que aprender através de fotocópias de tablaturas, partilhávamos as fotocópias, algumas nem se conseguiam ler de jeito."

O tema Angra Rock foi também invocado, nomeadamente o segundo lugar arrecadado pelos Palha d'Aço na edição do concurso realizada em Junho passado no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo. Incitado a confessar se soube a vitória ou derrota, Freddy responde: "Gostámos do segundo lugar, cumprimos a nossa missão que era ficar num lugar do pódio. O grande objectivo era fazer dinheiro para a gravação. (...) Fico feliz também pelos Mufasa terem ganho, mas quando analisamos as bandas que ficaram nos dois primeiros lugares talvez não visse com maus olhos que os Palha D'Aço tivessem ganho. Acho que a nível individual somos mais experientes, mas talvez as nossas músicas não fossem melhores. Há que respeitar a opinião do júri. No entanto, os Mufasa já o ano passado tinham dado provas ao ficarem em terceiro lugar. Portanto, ficamos contentes por eles. Se me perguntassem quem preferia que ganhasse se não fossem os Palha d'Aço, eu diria os Mufasa".

E é com base no prémio no Angra Rock (1.000 euros) que a banda traça os seus objectivos mais imediatos. "Vamos gravar basicamente tudo o que temos, com ênfase nos temas mais recentes que são os mais trabalhados. Somos uma banda com muitos anos e, na verdade, no princípio fazíamos musica só pelo prazer de a criar. Não tínhamos atenção ao conteúdo lírico, às ideologias, nada disso. Agora, crescemos e temos uma orientação mais ideológica, até revolucionária. Vamos gravar todas as outras músicas mas sem muita atenção, só para ficar o registo. Vamos para os Waveyard Studios, aqui na Praia da Vitória, que está sob a gerência de Tiago Alves [Anomally, Human Hate]. Já agora, digo que ele faz o seu trabalho muito bem feito. Já gravou várias bandas de cá, acho que gravou até os Mufasa. Recomendo-o vivamente." 

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