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Tool: Maynard tece duras críticas aos downloaders e à gestão na indústria musical

Maynard James Keenan, mentor dos Tool e pessoa algo aversa a manifestações públicas, concedeu uma entrevista recentemente ao Phoenix New Times em que criticou os downloads ilegais e defendeu uma mudança de paradigma na indústria musical.

"Existe uma ruptura entre as pessoas que não compram música e não compreendem porque as bandas acabam. Há pessoas que vivem como macacos enjaulados apenas a carregar no botão de download. Elas não percebem que para fazerem isso têm que financiar os músicos. Estes últimos têm que ter alguma maneira de pagar as suas rendas", começou por dizer.

Pela aparente impossibilidade de reverter a situação, Maynard projecta um futuro pouco risonho para a indústria musical. "Basicamente, será preciso haver pessoas dispostas a trabalhar mais por menos dinheiro. Terão que fazê-lo por amor e viver pelos seus próprios meios e concluírem o que querem fazer, mais do que preocuparem-se com o  401 k [plano de aposentadoria norte-americano] e seguros, algo que está implícito ao facto de sermos pagos por terceiros."

O vocalista consegue ser ainda mais dramático: "As ilusões acabaram-se. Já não existem cheques em branco para assinar", referiu, aludindo à prepotência que presenciou nesta indústria ao longo da sua carreira. "Lembro-me de dar um concerto há muitos anos em que foi oferecido aos Helmet um contracto discográfico de um milhão de dólares. Meu Deus, um milhão de dólares. Claro que isso fez com que todas as bandas com um ego grande começassem a dizer  'bem, quero cinco milhões' e outras 'quero dois milhões, sou mais popular'. Na verdade, não havia razão para estes números."

Maynard finaliza com duras críticas à gestão do tecido empresarial: "Se formos analisar o que alguém realmente pagou por algo, na verdade nem encontramos registos. Imaginam, por exemplo, uma empresa de videojogos a dizer 'não, vamos vender exactamente esta quantidade de unidades deste jogo'? As coisas nunca são calculadas dessa forma. Muitas pessoas que gerem negócios não estão qualificadas para tal".

Ao mesmo tempo, Maynard mantém-se renitente em relação à distribuição digital. "Não sei, sinto-me dividido. Há algo mais que nos liga com a parte física do que coisas que não conhecemos. Quando fazemos download de um tema, não existe nada. Às vezes vem com um booklet, outras com uma imagem, mas normalmente não trazem nada. Quando as imagens e artworks estão intimamente ligados com a música, podemos relacioná-los e assim completar um pensamento", argumenta Maynard, enquanto reconhece que para as bandas independentes é um processo "mais sustentável".

Recentemente, o webmaster dos Tool deixou escapar que mais de metade do novo disco da banda está escrito. O último registo do grupo de metal progressivo norte-americano, "10.000 Days", já data de 2006. 

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