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Músicos Avulso - Tiago Mesquita (Bless The Oggs)

"A pirataria sempre existiu e prefiro ver 500 pessoas num concerto e só vender um CD do que o contrário"

Aqui começa o verdadeiro “striptease” intelectual aos músicos da nossa praça e arredores, do mais reconhecido ao anónimo. Sem descriminar ninguém e fazendo jus ao título desta rubrica, a SoundZone tentará dar a conhecer ao público o lado menos visível e mais humano dos artistas desprendendo-se do conceito de banda. A filosofia é a da descompressão, do entretenimento, de um certo “recreio dos sentidos”, mas sempre com o intuito de se tentar transmitir pontos de vista, personalidades e vivências que nos possam servir de referência. A SoundZone pretende também com este um espaço interactivo. Por isso, fazemos o apelo aos nossos leitores para que nos sugiram por e-mail questões e artistas que gostariam de ver neste formato. Aqui (quase) nada ficará por dizer.

Data de nascimento e naturalidade?
Nasci a 27 de Julho de 1991 (20 anos) na Maternidade São Sebastião da Pedreira (Lisboa).

Como descreve sua terra natal e que sentimentos esta lhe traz? Gosta de ter crescido lá ou se pudesse tinha escolhido outra localidade ou mesmo país para nascer?
Acho que nunca trocaria o sítio onde vivo. Nunca fui para muito longe da Grande Lisboa durante muito tempo, sinto-me bem a viver aqui e acho que viverei bem a minha vida por aqui.

Que traço faz da sua infância? Lembra-se das brincadeiras e traquinices que tinha? Que tipo de miúdo é que era?
Sempre fui calmo e não fui muito de provocar sarilhos. De vez em quando “saía da casca” mas nunca causava sarilhos de maior.

Na escola era um aluno empenhado? Que matérias/áreas mais o entusiasmavam e, por outro lado, quais as que mais detestava?
Ainda sendo estudante, sempre fui o aluno de conseguir o suficiente para passar. No ensino básico o que adorava era Ciências e fazer experiências. Já Educação Física e Português não achava nenhuma piada.

Lembra-se de algum momento marcante enquanto estudante? Alguma curiosidade, brincadeira, alguma contenda com um professor?
Só me lembro de ter sido suspenso durante uns dias, já não sei porque razão… mas não tinha feito nada de tão mau que merecesse isso. Obviamente, os meus pais não acharam piada nenhuma e fiquei fechado no quarto durante dias inteiros. Foi o momento mais baixo que tive. De resto, andou tudo normal.

Concorda com o novo acordo ortográfico?
Não, acho estúpida a maneira como algumas palavras ficam. Só de ver na TV a palavra “Direto” atrofia-me completamente e não me faz sentido nenhum.

A sua ligação ao metal surge quando e como?
Pouco antes de ter começado a tocar, sempre ouvia coisas que na altura ninguém ligava. Ia sempre para as coisas mais underrated e, sinceramente, era o que me soava melhor e gostava mais. Mas nunca algum dos meus amigos achava piada a isso, infelizmente.

Como aprendeu, neste caso, a tocar guitarra?
Fui escuteiro durante sete anos, sempre gostei daquilo. Entretanto, via o pessoal a tocar com as guitarras clássicas e despertou-me a curiosidade. Até que um dia peguei numa que estava perdida a um canto e comecei a aprender. Nunca mais parei até hoje.

Qual foi o primeiro disco de metal que ouviu e o que comprou?
Sinceramente, não sei dizer, até porque já sou da geração em que quase não se compram CD’s, infelizmente. No entanto, lembro-me de vez em quando encontrar no meio de um qualquer hipermercado uma cesta de CD’s que não estavam nas prateleiras e como eram baratos lá conseguia cravar o meu pai para me comprar um. Entre esses consegui cenas como Pantera, Dream Theater e Deftones.

Sempre ouviu metal ou teve aquela fase em que ouvia tudo o que lhe aparecia? Tem, por exemplo, vergonha de certas coisas que ouvia? 
Não tenho nenhum guilty pleasure porque até mesmo hoje em dia oiço um pouco de tudo. Mas estava eu no meu 6º ano e lembro-me de ouvir Da Weasel (que ainda hoje gosto), Linkin Park e até 50 Cent! [risos]

Qual foi o primeiro concerto a que assistiu?
Disso lembro-me perfeitamente - More Than A Thousand, Men Eater, Stone Sour, Mastodon, Satriani e Metallica no Super Bock Super Rock 2007. Fiquei na fila da frente, cheguei a casa rouco!

E o que mais o marcou até hoje e porquê?
Diria que foi mesmo esse, pois foi o que mais apreciei e adorei! Continuo a ir e a gostar de assistir a concertos mas esse foi mesmo o mais especial, apesar de já não ser um Metallica fanboy.

Qual é a sua grande referência musical e porquê?
Tenho que dizer que é mesmo o Vasco Ramos e os More Than A Thousand! Produziu o álbum da minha banda e é um excelente músico e produtor. Aprendi muito com ele.

Quais são as suas habilitações literárias e qual é a sua ocupação profissional? 
Ainda estou a estudar. Estou na Escola Superior de Música de Lisboa a tirar Licenciatura em Tecnologias da Música.

Para si, qual seria a profissão ideal?
Engenheiro de Som e Produtor Musical

Qual é o seu grande hobby?
Diria que o maior e principal é a minha parte musical. No entanto, como profissional quero ser, como já disse, Engenheiro de Som e Produtor.

Qual a viagem que mais o marcou até hoje e qual é o seu destino preferido de férias?
A única vez que saí de Portugal (à excepção de breves passagens por Espanha junto à fronteira) foi quando os meus pais decidiram ir a França à Disney. Não foi há muito tempo mas gostei bastante de ver Paris.

Que local ou país deseja mais conhecer?
Não sei porquê mas gostava de ir à Finlândia um dia… talvez seja por causa da neve ou assim! (risos) De resto, também gostava de ir a Londres.

Tem um disco, canção, filme ou série da sua vida?
É-me impossível escolher só um disco!

No sentido inverso; pior disco, canção, filme…
Não consigo desgostar de nada ao ponto de dizer que é pior que x ou y…

Pratica ou acompanha algum desporto?
Não, nunca liguei muito a isso.

É adepto de algum clube de futebol nacional? Qual?
Quando era mais pequeno era do Benfica, mas depressa me desinteressei pela bola.

Utiliza as redes sociais? Que visão tem dessas e que papel lhes atribui?
Acho óptimo para se comunicar e informar! De quando em vez são mal utilizadas mas não se pode fazer muito quanto a isso.

Consome ou já consumiu ilícitos?
Não, nunca fumei e certamente nunca irei fumar. Muito menos outras coisas.

Uma noite perfeita?
Não sei mesmo responder, pode ser muita coisa.

Que facto mais o orgulha e envergonha na história nacional e/ou internacional?
Não gosto da situação em que o país está, mas sim, orgulho-me em ser português e da minha língua e não me veria com outra nacionalidade.

Acredita em fenómenos paranormais?
De certa forma sim, sempre gostei de histórias à “X-Files”. No entanto, acredito que tudo tenha uma explicação.

E em extraterrestres?
Acredito que certamente não estamos sozinhos neste enorme universo.

Para si, qual é o maior flagelo mundial?
Acho muito mau as diferenças drásticas entre os vários países nos dias que correm.

Qual é a sua opinião sobre o aborto e o casamento homossexual?
Acho que cada um é livre de fazer o que quiser. Quanto ao aborto acho que devia ser uma coisa que envolvesse responsabilidade.

Gosta de animais? Tem algum?
Bastante, tenho uma cadela em casa e também uma tartaruga. Já tive hamsters, pássaros e peixes.

Gosta de videojogos? Qual o seu tipo e/ou jogo favorito?
Bastante, o meu pai sempre trabalhou com negócios envolvendo máquinas arcade e flippers, portanto desde pequenino que jogo nisso. Hoje em dia já não o faço muito mas o jogo que mais adoro é, sem dúvida, o “God Of War”, sobretudo pela história!

Enquanto músico, qual foi o momento mais marcante da sua carreira?
Até agora o que mais gostei foi de tocar na Festa do Avante. Estavam mais de 1.000 pessoas e foi espectacular! Mas acredito que o melhor está ainda para vir!

Arrepende-se de algo que fez na música?
Não, nunca. Tudo serviu para me ensinar.

Tem certamente ainda alguns sonhos por cumprir na música…
Ainda quero chegar a um palco grande e trabalhar com produtores de renome no estrangeiro. Porém, até lá ainda tenho um longo caminho a percorrer.

Qual é a sua banda/artista nacional e internacional preferidos?
Adoro e apoio tudo o que seja nacional! Apoio o nosso underground a 100% e adoro bandas como Adamantine, More Than A Thousand, Hills Have Eyes e muitíssimas outras que dificilmente conseguiria enumerar aqui. Quanto às internacionais existem principalmente dois nomes que posso destacar, Opeth e Pink Floyd, apesar de haver milhentas.

O que acha da qualidade dos músicos e bandas nacionais?
Como já disse, apoio o underground a 100% e acho que temos bandas excepcionais, ao nível das estrangeiras.

O que acha que falha, se é que alguma coisa falha, no panorama musical nacional? Acha que há qualidade e quantidade de infraestruturas e público suficientes?
Acho que a falha maior, infelizmente, acaba por ser a falta de público a apoiar as bandas. Sempre que vou a concertos acabo por ver sempre os mesmos. Odeio também ver pessoal de uns géneros musicais a estarem contra os de outros géneros, quando estamos todos a lutar pelo mesmo!

A internet é um problema ou uma virtude para os músicos e/ou a indústria discográfica?
Acho que é uma mais-valia na promoção de todos os trabalhos. A pirataria sempre existiu e prefiro ver 500 pessoas num concerto e só vender um CD do que o contrário.

É a favor ou contra a pirataria?
De certa forma sou a favor, desde que não seja usada para lucro próprio mas sim para partilhar. Acho que acaba por dar a conhecer certas coisas ao pessoal.

O que acha dos organismos que gerem os direitos de autor, nomeadamente a SPA?
Acho que só funciona para pessoal que ou já tem alguém importante por trás ou que já ganhe uns bons trocos. De resto…

Concorda com as leis que estão a ser estudadas para combater a pirataria (ACTA, SOPA, etc)?
Não concordo absolutamente nada por ser mega extremista!

O que é que o irrita mais?
Ver a quantidade de ignorância que ainda existe por aí.

Já praticou algum acto de solidariedade? Se sim, qual?
Como já disse, fui escuteiro durante sete anos e uma das coisas que me lembro de fazer foi andar o dia inteiro a apanhar lixo pela minha freguesia.

Acha que ainda tem algum dom escondido por revelar?
Acho que não. A minha cena é a música e não tenho mais nada.

Prefere o Verão ou o Inverno? O sol ou o frio? A praia ou a neve?
Prefiro o Verão ao Inverno e o sol ao frio. No entanto, prefiro, sem dúvida, a neve à praia, por estranho que pareça. [risos]

Qual é o carro dos seus sonhos?
Não sou muito ambicioso com carros, sempre fui do tipo de dizer “um que ande”. [risos]

Sente-se dependente do telemóvel?
É um utensílio bastante útil, mas não me sinto dependente. Já me safou de algumas eventuais complicações.

Qual é a sua comida favorita?
Massas, adoro aquelas que fazem na hora no Pingo Doce. Também adoro lasanha e batatas fritas. [risos]

E a bebida?
Bebo cerveja, embora não muito frequentemente. De resto, adoro o Ice Tea de manga do Pingo Doce. [risos]

Sabe cozinhar? Qual o prato que confecciona com maior mestria?
Sei umas coisas que vou aprendendo sozinho. Gosto de inventar e experimentar, mas ultimamente tenho andado a experimentar fazer massas com vários ingredientes diferentes.

Qual é o seu maior medo?
Ficar surdo!

Tem alguma fobia?
Não, de todo.

Neste momento está optimista em relação à recuperação económica do país?
Espero bem que o país recupere. Todavia, reconheço que será difícil, mas não impossível.

Se pudesse recuar no tempo, até onde e quando o fazia? Porquê?
Se recuasse no tempo seria apenas até ao dia em que toquei no Avante para poder fazer replay ao momento.

Acredita na reencarnação? Em quem ou no que gostava de reencarnar numa outra vida?
Não acredito, de todo.

É supersticioso? Qual a sua maior superstição?
Também não tenho grandes superstições.

Para si, como se descobrem as verdadeiras amizades? O que é uma verdadeira amizade?
Depende da interacção entre as pessoas. Uma verdadeira amizade para mim é poder confiar em alguém ao máximo.

Tem tatuagens?
Não, não me vejo com tatuagens.

E piercings?
Também não, não é a minha cena, de todo.

Considera-se vaidoso? Que cuidados tem com a aparência e a saúde?
Não, nunca fui de grandes vaidades.

Que tipo de roupa nunca seria capaz de usar?
Não gosto nada de calções nem de algumas camisolas esquisitas.

Qual o seu maior defeito e a sua maior virtude?
Sou teimoso, muito! No entanto, acho que sou sincero, se calhar, por vezes, até demais. [risos]

Nuno Costa

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