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Músicos Avulso - Arlindo Cardoso (Icon & The Black Roses)

Aqui começa o verdadeiro “striptease” intelectual aos músicos da nossa praça e arredores, do mais reconhecido ao anónimo. Sem descriminar ninguém e fazendo jus ao título desta rubrica, a SoundZone tentará dar a conhecer ao público o lado menos visível e mais humano dos artistas desprendendo-se do conceito de banda. A filosofia é a da descompressão, do entretenimento, de um certo “recreio dos sentidos”, mas sempre com o intuito de se tentar transmitir pontos de vista, personalidades e vivências que nos possam servir de referência. A SoundZone pretende também com este um espaço interactivo. Por isso, fazemos o apelo aos nossos leitores para que nos sugiram por e-mail questões e artistas que gostariam de ver neste formato. Aqui (quase) nada ficará por dizer.

Data de nascimento e naturalidade?
Sou natural de Coimbra e nasci a 19 de Agosto de 1979 (32 anos).

Como descreve sua terra natal e que sentimentos esta lhe traz? Gosta de ter crescido lá ou se pudesse tinha escolhido outra localidade ou mesmo país para nascer?
Apesar de ter nascido em Coimbra, passei a minha infância e adolescência em Tomar. Foi aí que comecei por dar os primeiros passos no mundo da música e tenho por lá grandes amigos. Por isso, posso afirmar que tenho muito boas recordações.

Que traço faz da sua infância? Lembra-se das brincadeiras e traquinices que tinha? Que tipo de miúdo é que era?
Tive uma infância muito normal para um miúdo do meu tempo. Jogava futebol, andava de bicicleta, subia árvores, fazia armas com canas e paus de marmeleiro… coisas interessantes, portanto. [risos]

Na escola era um aluno empenhado? Que matérias/áreas mais o entusiasmavam e, por outro lado, quais as que mais detestava?
Era um pouco distraído mas sempre fui um aluno médio. As disciplinas que mais gostava, eram história e geografia… odiava matemática, não sei porquê. [risos]

Lembra-se de algum momento marcante enquanto estudante?
Uma vez fui expulso da aula de Educação Visual por estar a rufar no estojo dos lápis de cor. Aquilo soava-me à mega tarola! Entusiasmei-me de tal maneira que a professora não teve meias medidas e apontou para a porta de saída. [risos]

Concorda com o novo acordo ortográfico?
Nem por isso. Algumas coisas ficam ridículas.

A sua ligação ao metal surge quando e como?
O meu irmão mais velho já ouvia Black Sabath, Iron Maiden, Led Zeppelin, etc., e desde muito novo sempre me puxou para ouvir som mais alternativo. E dadas as circunstâncias, acabei por ir fazendo as minhas próprias escolhas.

Como aprendeu, neste caso, a tocar bateria?

Sozinho. Tinha um primo que tocava baixo numa banda e costumava ir assistir aos ensaios dele. Ficava impressionado com o baterista, até que, a dada altura, comecei a pedir-lhe para experimentar. E pronto, foi até hoje.  

Qual foi o primeiro disco de metal que ouviu e o que comprou?
O primeiro que ouvi penso que foi o “Kill ‘Em All” dos Metallica e o primeiro que comprei creio ter sido o “Chaos A.D.” dos Sepultura.

Sempre ouviu metal ou teve aquela fase em que ouvia tudo o que lhe aparecia? Tem, por exemplo, vergonha de certas coisas que ouvia?
Sempre ouvi metal e seus derivados, mas o primeiro vinil que ouvi foi a banda-sonora do Dartacão, aos 4 anos. Muito bom! [risos]   

Qual foi o primeiro concerto a que assistiu?
Creio que Amorphis no Paradise Garage.

E o que mais o marcou até hoje e porquê?
É difícil, existem vários muito bons, mas destaco os Tool no Super Bock Super Rock. Foi memorável.

Qual é a sua grande referência musical e porquê?
Existem algumas referências mas dou especial valor a todos os músicos que já trabalharam comigo.

Quais são as suas habilitações literárias e qual é a sua ocupação profissional?
12ª ano e algumas tentativas falhadas no ensino superior. De momento, trabalho num hospital.

Para si, qual seria a profissão ideal?
Musico, produtor e compositor.

Qual é o seu grande hobby?
Snowboard e kayak.

Qual a viagem que mais o marcou até hoje e qual é o seu destino preferido de férias?
A minha viagem mais marcante foi aos Estados Unidos. Quanto ao destino de férias preferido, as Ilhas Caimão ou qualquer glaciar na Europa onde se possam fazer umas boas descidas. [risos]

Que local ou país deseja mais conhecer?
A Austrália.

Tem um disco, canção, filme ou série da sua vida?
Vários discos, é difícil escolher só um. Gosto muito de series tipo “That 70´s Show” e afins.

No sentido inverso; pior disco, canção, filme…
Que me desculpe o Rui Veloso e com todo o respeito que tenho por ele e pela sua carreira, mas não consigo gostar da sua música.

Pratica ou acompanha algum desporto?
Costumo praticar deporto para me manter em forma e gosto de ver um bom jogo de futebol, mas não sou fanático.

É adepto de algum clube de futebol nacional? Qual?
Sim, do Benfica.

Utiliza as redes sociais? Que visão tem dessas e que papel lhes atribui?
Utilizo e acho muito útil para promover o nosso trabalho.

Consome ou já consumiu ilícitos?
Fumei na adolescência, mas nada de mais. [risos]

Uma noite perfeita?
Depende do contexto.

É casado? Tem filhos?
Não.

Que facto mais o orgulha e envergonha na história nacional e/ou internacional?
Orgulho-me de ser português mas tenho vergonha de viver em Portugal - ver a situação em que estamos e pouco poder fazer.

Acredita em Deus? É devoto de alguma religião?
Acredito nos meus amigos que são os que me dão a mão quando preciso.

Acredita em fenómenos paranormais?
 Acho piada a fenómenos em geral. [risos]

E em extraterrestres?
Acredito que existam outros seres a habitar outros planetas. É perfeitamente possível.

Para si, qual é o maior flagelo mundial?
As desigualdades

Qual é a sua opinião sobre o aborto e o casamento homossexual?
Cada qual é livre de seguir as suas orientações sexuais sem que seja discriminado pelos que o rodeiam. Relativamente ao aborto, concordo que o façam se acharem que o devem fazer.

Gosta de animais? Tem algum?
Gosto mas não tenho nenhum em casa.

Gosta de videojogos? Qual o seu tipo e/ou jogo favorito?
Costumo jogar Pro Evolution Soccer com amigos e pouco mais.

Enquanto músico, qual foi o momento mais marcante da sua carreira?
Tenho vários, mas destaco a digressão pelos Estados Unidos enquanto tocava com W.A.K.O.. Foi uma grande aventura.

E o mais insólito?
O primeiro concerto da minha vida. Estava tão nervoso que quando soube que já não podíamos tocar porque a polícia não deixava fazer mais barulho, por mais estranho que seja, fiquei altamente aliviado. [risos]

Arrepende-se de algo que fez na música?
Nada mesmo.

Tem ainda algum sonho por cumprir na música?
Existe sempre algo que nos faz sonhar em prol da música. Por isso, é tão especial.

Qual é a sua banda/artista nacional e internacional preferidos?
Em termos nacionais existem muitos músicos de grande qualidade e que admiro bastante, mas vou destacar “alguns” com quem trabalhei directa ou indirectamente e têm um papel relevante na minha carreira enquanto músico. Aqui vai: Daniel Cardoso (Ultrasound Studios, Head Control System, Anathema, etc.), Johnny Icon, Sales, Lucien Yorg e António Agate (todos dos Icon & The Black Roses), Tobél (Slamo, Module, etc.), Gonçalo Pires (Slamo, etc.), Nuno Rodrigues (W.A.K.O.), Rodolfo Silveira (SJS1), Rui Duarte (Ramp), Paulo Basílio (Slamo, WAF, Alternative4, Exvotos, etc.), Nero (WAF), Tó Lopes, Bruno Novais e Tiago Felizardo (todos dos Drivingwest), Rui Gaiola, Luís Branco, Nuno Saldanha e Ricardo Martins (dos Northern Blue, Luís Fazendeiro (Painted Black), Mário Lopes (Omited Grass Reaction). No plano internacional, destacaria o Maynard James Keenan.

O que acha da qualidade dos músicos e bandas nacionais?
Cada vez melhor.

O que acha que falha, se é que alguma coisa falha, no panorama musical nacional? Acha que há qualidade e quantidade de infraestruturas e público suficientes?
Depende das fases. Há alturas em que não anda muito mal e outras em que não se compreende. Espero que o público comece a aparecer em massa, pois é disso que os músicos se alimentam e é para quem nos ouve que trabalhamos. Toca a aparecer.

A internet é um problema ou uma virtude para os músicos e/ou a indústria discográfica?
Depende do ponto de vista.

É a favor ou contra a pirataria?
Não sou contra, porque acho que ajuda a divulgar as bandas menos conhecidas e cada vez mais, hoje em dia, quem gosta de um disco opta por comprá-lo.

O que acha dos organismos que gerem os direitos de autor, nomeadamente a SPA?
Não acho. [risos]

Concorda com as leis que estão a ser estudadas para combater a pirataria (ACTA, SOPA, etc)?
Sou contra o fundamentalismo e extremismo. Por isso, não concordo.

O que é que o irrita mais?
Comichão nos pés

Qual é a maior surpresa que o podem fazer?
Já concretizei! [risos] Foi uma festa surpresa que a minha namorada me fez quando fiz 31 anos. Conseguiu juntar a minha família e grande parte dos meus melhores amigos numa noite memorável. Acho que nada bate essa festa.

Já praticou algum acto de solidariedade? Se sim, qual?
Sim, já dei concertos para angariação de fundos para vários fins solidários. É sempre bom ajudar quem precisa e se o fizermos a fazer o que mais gostamos, perfeito.

Acha que ainda tem algum dom escondido por revelar?
Faço uns petiscos porreiros de vez em quando! [risos]

Qual o prato que confecciona com maior mestria?
A malta gosta bastante do meu chili! [risos]

Qual é a sua comida favorita?
O bacalhau de natas está no top das preferências.

E a bebida?
Depende… mas água normalmente cai-me bem.

Prefere o Verão ou o Inverno? O sol ou o frio? A praia ou a neve?
Gosto de tudo. Normalmente arranjo sempre algo para fazer

Qual é o carro dos seus sonhos?
Ui, tantos! Assim para começar, talvez um Audi R8.

Sente-se dependente do telemóvel?
Nem por isso.

Qual é o seu maior medo?
Morte de familiares.

Tem alguma fobia?
Acho que não.

Neste momento está optimista em relação à recuperação económica do país?
Nada mesmo.

Identifica-se com alguma ideologia política?
Nenhuma.

Se pudesse recuar no tempo, até onde e quando recuava? Porquê?
Não recuava. Aprendemos sempre com os erros que cometemos durante a vida, por isso, há que saber viver com eles e crescer a todos os níveis.

Acredita na reencarnação? Em quem ou no que gostava de reencarnar numa outra vida?
Não acredito nisso, mas respeito quem acredita.

É supersticioso? Qual a sua maior superstição?
Nunca pensei nisso e não vou pensar antes que fique supersticioso com alguma coisa. [risos]

Para si, como se descobrem as verdadeiras amizades? O que é uma verdadeira amizade?
Descobrem-se nos piores momentos da nossa vida. São essas amizades que ficam.

Tem tatuagens? Qual a que mais sentido tem para si?
Tenho várias e todas têm sentido. 

E piercings? Se sim, quer revelar onde?
Já tive nas orelhas e no lábio, mas perdi um bocado a paciência de ter que os pôr e tirar para trabalhar.

Considera-se vaidoso? Que cuidados tem com a aparência e a saúde?
Sou um pouco e tento estar minimamente em forma para não envelhecer muito rápido. [risos]

Que tipo de roupa nunca seria capaz de usar?
Roupa que não me faça sentir confortável.

Qual o seu maior defeito e a sua maior virtude?
Sou chato mas considero-me um grande amigo.

Nuno Costa

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