photo logopost_zps4920d857.png photo headerteste_zps0e0d15f7.png

Entrevista Inner Fear

SEM MEDO DE RENASCER
“Lamento imenso ter escrito três álbuns e ninguém ter ouvido a minha música”

São uns meros desconhecidos, em virtude de uma carreira muito intermitente, mas a situação ameaça mudar. Ao leme está Martin “Marthus” Skaroupka, baterista dos Cradle Of Filth, que reacendeu este seu projecto, criado em 1997, após ter regressado a casa – a República Checa – e arranjou finalmente um tempinho para compor. O resultado está em “First Born Fear”, o quarto longa-duração do grupo que demonstra, de forma algo maneirista, é verdade, mas poderosa e muito consistente, um black/gothic/symphonic metal que certamente agradará aos fãs dos Dimmu Borgir e Emperor. Reconhecendo a sua “alergia” a entrevistas, Martin não se escusou a uma breve conversa para dar conta daquele que é um projecto que nunca conseguiu esquecer.

Estou certo que entende a necessidade da pergunta: ter ingressado nos Cradle Of Filth foi a causa do longo hiato dos Inner Fear?
Não, a principal razão foi eu ter ido para Inglaterra. Foi quando fiquei sem tempo absolutamente nenhum para compor. Depois, em 2006, quando regressei à República Checa, esta situação mudou e ocorreu-me a ideia de escrever um novo álbum dos Inner Fear.

Como se sentiu quando foi contactado para fazer parte dos Cradle Of Filth?
Fiquei surpreso, claro, e muito contente!

Mas como se comprova, isto não foi suficiente para o fazer esquecer os Inner Fear...
Exacto. Como disse, recomecei a compor em 2006. Logo, foi só uma questão de tempo, ou falta dele, que nos fez estar tanto tempo parados. Por outro lado, também estava à procura de um bom line-up, o que levou algum tempo a encontrar.

Como se sentiram ao estar novamente juntos numa sala de ensaios? Tudo fluiu como nos velhos tempo ou precisaram de algum tempo para atingirem a forma?
Nunca tinhamos ensaiado com esta formação – somos uma banda internacional. Mas todos os nossos elementos são extremamente profissionais, por isso, estou certo que tudo correrá bem quando nos reunirmos para isso.

A experiência e maturidade que adquiriu nos Cradle Of Filth foram factores importantes para a coesão de “First Born Fear“?
Não, não tem nada a ver. Eu já trabalhava neste álbum antes de me ter juntado a eles.

Como explica a opção de editarem este disco exclusivamente em formato digital? Será esta a maneira mais inteligente para lançar música hoje em dia?
Optámos por esse formato porque nenhuma editora esteve interessada em editá-lo. Por isso, basicamente não tivemos outra hipótese! Contudo, temos estado a trabalhar numa edição em CD e LP, enquanto também já decorrem negociações com alguns selos discográficos.

Em “First Born Fear” agarraram em temas antigos e deram-lhes um novo poder. Porque não escolheram lançar um alinhamento totalmente novo?
Porque todos os anteriores álbuns dos Inner Fear estão esgotados e as pessoas nunca mais terão hipóteses de os adquirir novamente. Lamento imenso ter escrito três ou quatro álbuns e ninguém ter ouvido a minha música… Para além disso, temos uma nova formação e achámos que esta seria a melhor forma de nos apresentarmos enquanto banda. Já escrevi também um álbum totalmente novo que gostaríamos de gravar o mais brevemente possível. Talvez no final deste ano…

Você é também o responsável pelas orquestrações...
Sim, comecei a tocar piano aos seis anos e assumo as teclas nos Inner Fear desde 1997.

Sente-se em condições de sustentar a banda num regime regular? Deduzo que os Cradle Of Filht sejam a sua prioridade e, para além disso, tem os Mantas, embora ache que estejam congelados desde 2004. Estes projectos serão sempre como a sua ocupação secundária?
Os Mantas já não existem – mudaram o nome para Dryll, em 2006, acho eu. Sim, os Cradle Of Filth são a minha grande prioridade, mas gostaria de dar alguns concertos com os Inner Fear. Tenho também feito parte de outros projectos, mas estou certo que encontram toda a informação necessária sobre isso na internet ou na minha página oficial do Facebook.

E já conseguem prever uma aparição ao vivo?
Assim que tivermos o álbum oficialmente cá fora… Temos estado a discutir a possibilidade de actuar em alguns festivais de Verão, mas nada está confirmado ainda.

Nuno Costa

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...