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SounD(/)ZonE: mais um aniversário para recordar

Todos os aniversários são marcantes, mas este teve um sabor especial. E por várias razões. Pois foi o mais difícil de arrancar, teve maior mediatismo pelos artistas envolvidos e, provavelmente, assinala um virar de página (num sentido incógnito).

Há um ano deveríamos ter fechado este capítulo, mas o ser humano mostrou-se na sua face mais negra (lembrar-se-ão do cancelamento) e lesou impiedosamente várias pessoas e entidades, connosco incluídos. Levantar-nos deste indescritível “ataque” foi duro. E ter forças para continuar e cumprir com vários compromissos irrevogáveis foi tremendamente desgastante ao longo do ano.

Mas cá estamos (ou lá estivemos), com o orçamento mais ridículo que possam imaginar, mais débeis do que nunca, a fazer autênticos milagres, enquanto, apesar da crise, continua a haver pequenas/grandes fortunas para enfardar projectos de relevância e intenções dúbias (e não, não vale a pena as conspirações, o ataque é para fora do círculo “metálico”).

Mas o mais importante é que, por mais que o egoísmo se tenha instalado, sempre apareceram os “suspeitos do costume”, aqueles “irmãos de sangue” (vocês sabem todos quem são, não há dinheiro que pague o vosso carinho) prontos para nos estenderem as mãos e, tão só e apenas por isso, tornaram possível este evento.

Depois de toda a tempestade agora espera-se a bonança e a lucidez para discernir o caminho a seguir. Começo a sentir que pode ser o tempo de passar a “tocha". Há aí uma nova geração aparentemente de “aço”, aguerrida, incandescente, fervorosa. Viu-se no concerto do nosso oitavo aniversário e tem-se visto em outros. Aconselhava-vos a agarrar essa “tocha"? Não. Este tipo de compromisso, este “casamento”, traz muitos problemas que nem com tamanha teimosia serão vencidos. O retorno é apenas emocional. A vitória é apenas moral. Mas isso infelizmente não nos garante a existência. Se o fizerem, pelo menos não o façam como eu, cega e obsessivamente.

Quando a justiça for uma formalidade, a isenção reinar, a sensibilidade pairar sobre aqueles que têm o poder… talvez possamos continuar. É comprometedor e violento de mais para um sem número de pessoas os sacrifícios que se fazem ano após ano sem (o mais grave de tudo) uma consequência prática, ou pelo menos não se a vislumbra. Já estamos na fase em que sentimos tamanha peso na consciência, um enorme embaraço, por levar por arrasto tanta pessoa para estes sacrifícios quando elas não escolheram passar por eles. Embora saiba-se e sinta-se que os aceitam perfeitamente e continuam a acreditar que só assim se consegue manter o Metal vivo. Mas é injusto, sei.

Quero apenas deixar uma mensagem final de gratidão para todas essas mesmas pessoas que me ajudaram, e foram tantas (tantas mesmo), que fizeram da minha “fantasia” a sua também. E sem esquecer: a troco apenas de uma amizade que ficará perpetuada. É disto que deve ser feito o Metal!

Nuno Costa

PS: Está disponível um álbum de fotografias em www.contratempo.com e, brevemente, será lançada uma reportagem vídeo da autoria de várias pessoas que gentilmente captaram o evento.

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