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Review

THE DEVIN TOWNSEND PROJECT
“Ghost”
[CD – Hevy Devy / Inside Out]

Os grandes génios não nasceram para ser coerentes, mas são tão compreendidos na forma como qualquer ser tem a necessidade de expressar as suas emoções. Basta a simplicidade de processos, um espelho para a alma. Mas porque é que isto não está a altura de qualquer um?

A independência sensorial e criativa de Townsend faz dele um dos artistas mais excêntricos e fora desse mundo de que há memória. Não é consensual, de forma alguma, mas há o respeito, o enorme respeito.

Podíamos estar aqui a falar da enorme capacidade técnica e de escrita do multi-instrumentista canadiano, mas quando a música fala por si própria, simplesmente através dos seus sons e camadas, não há mais nada que interesse à volta. Há sem qualquer dúvida aqui uma linguagem própria, mas familiar, pois isto é um autêntico retrato da realidade.

Já todos conhecem o glorioso trajecto de Townsend, iniciado como vocalista de Steve Vai no álbum “Sex & Religion”, quando tinha 21 anos, e mais tarde com os Strapping Young Lad, mas talvez nada tivesse sido tão majestoso e marcante como os seus álbuns a solo. E isto porque Townsend não pode viver com amarras. Terá sido, aliás, essa uma das razões que o levou a desistir dos Strapping Young Lad em 2007.

Quem conhece a sua carreira a solo percebe certamente o caos organizado que habita a cabeça de Townsend. Com ele nunca se sabe o que esperar a seguir. Sobretudo, um experimentalista no auge da sua espontaneidade, já gravou álbuns mais acessíveis, mais complexos, outros mesmo sinistros, mas mantém sempre um tom intrigante e um grau de autenticidade desarmante.

E desta vez Townsend não terá dado hipótese na senda de fazer da sua música algo terapêutico. Já o fez, como foi atrás referido, das mais variadas formas, mas talvez nunca num grau de sensibilidade, harmonia e beleza tão grande. “Ghost” fecha a quadrilogia que iniciou em 2009 com “Ki” da forma mais serena e celestial possível.

Depois do complexo e esmagador “Deconstruction”, capítulo que, aliás, foi lançado ao mesmo tempo que este “Ghost”, talvez não pudesse ter terminado de forma melhor, na plenitude de toda a sua inesgotável versatilidade.

Ambiental, repleto de doçura transmitida pelos seus sons orgânicos, flautas, harpas, vozes etéreas, violas acústicas, constrói um álbum que é a mais genuína das curas para a maior das inquietudes. Um álbum que vai deixar qualquer alma leve como uma pena a flutuar numa dimensão benigna extra-sensorial da qual vai ser difícil regressar. [9.3/10] N.C.

Estilo: Ambiental / New Age

Discografia (a solo):
- “Ocean Machine: Biomech” [CD – 1997]
- “Infinity” [CD – 1998]
- “Physicist” [CD – 2000]
- “Terria” [CD – 2001]
- “Accelerated Evolution” [CD – 2003]
- “Devlab” [CD – 2004]
- “Synchestra” [CD – 2006]
- “The Hummer” [CD – 2006]
- “Ziltoid The Omniciesnt” [CD – 2007]
- “Ki” [CD – 2009]
- “Addicted” [CD – 2009]
- “Deconstruction” [CD – 2011]
- “Ghost” [CD – 2011]

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