Review
INTRONAUT
“Valley Of Smoke”
[CD – Century Media]
Convenciona-se-lhes o termo post, mas tudo não passa de tentar descrever um estilo de fusão de princípios progressivos… com especial ênfase no ambiente. Sim, ambiente, aura, sensações a pairar no ar, algo que falta a muitos grupos hoje em dia. Mas para quem não está para amolecer com as harmonias mais melancólicas e/ou depressivas de muito do post-rock corrente, pode encontrar, por exemplo, nos californianos Intronaut um perfeito equilíbrio entre estes elementos e o peso cáustico do sludge/metal, entre mais uma série de influências mais ou menos explícitas.
O sucesso de álbuns como “Void” e “Prehistoricism”, o primeiro lançado pela Century Media e que conferiu aos Intronaut uma invejável exposição, demonstra que quando este tipo de música é abordado com a devida atenção à dinâmica, tudo se torna mais suave de deglutir e a mensagem, certamente, é emitida com maior eficácia. Para isso é preciso ser-se inteligente, ter muitos truques na manga, criatividade e técnica também, já que a abordagem muitas vezes jazzy que fazem exige músicos dotados.
“Valley Of Smoke” apanha os Intronaut numa fase mais amadurecida, facto a que não devem ser alheias as digressões com Mastodon, Isis, The Ocean, Kylesa, entre outros. Mas de que forma isto aqui se revela? Este novo disco parece não ser tão intrínseco como “Prehistoricism”, é menos jazzy, menos experimental, mas não deixa de congregar todos os elementos identificativos do seu ADN. Ao invés, o grupo de Los Angeles opta por ser mais directo, sem nunca cair em excessos de ligeireza. Continuam aqui a marcar presença todas as suas melodias transcendentais (e arrepiantes), as estruturas imprevisíveis e progressivas, o peso (mais vinculativo do seu início de carreira) e um desempenho de bateria, novamente, de alto gabarito. Os longos épicos hipnotizantes ficaram de fora e já não estão tão presentes as autênticas jazz jams de “Prehistoricism”, embora fique aqui representada essa faceta na excelente “Valley Of Smoke”. Mas nada se transformou de forma drástica, apenas se compactaram ideias para que a sua música fosse ligeiramente mais fluente.
Sendo assim, mantendo-se um brilhantismo inato, estes novos oito temas não vão desiludir quem gostou do trabalho da banda até à data. Aliás, a esta altura, já não se espera que os Intronaut sejam capazes disso ou estejam mesmo a definir o que quer que seja. Não obstante o que possam, legitimamente, ainda vir a experimentar, há elementos que já fazem deste um colectivo perfeitamente identificável e de culto. [9.0/10] N.C.
Estilo: Post/Prog/Jazz/Sludge Metal
Discografia:
- “Void” [CD 2006]
- “Prehistoricism” [CD 2008]
- “Valley Of Smoke” [CD 2010]
www.myspace.com/intronaut
www.blogronaut.blogspot.com
“Valley Of Smoke”
[CD – Century Media]
Convenciona-se-lhes o termo post, mas tudo não passa de tentar descrever um estilo de fusão de princípios progressivos… com especial ênfase no ambiente. Sim, ambiente, aura, sensações a pairar no ar, algo que falta a muitos grupos hoje em dia. Mas para quem não está para amolecer com as harmonias mais melancólicas e/ou depressivas de muito do post-rock corrente, pode encontrar, por exemplo, nos californianos Intronaut um perfeito equilíbrio entre estes elementos e o peso cáustico do sludge/metal, entre mais uma série de influências mais ou menos explícitas.O sucesso de álbuns como “Void” e “Prehistoricism”, o primeiro lançado pela Century Media e que conferiu aos Intronaut uma invejável exposição, demonstra que quando este tipo de música é abordado com a devida atenção à dinâmica, tudo se torna mais suave de deglutir e a mensagem, certamente, é emitida com maior eficácia. Para isso é preciso ser-se inteligente, ter muitos truques na manga, criatividade e técnica também, já que a abordagem muitas vezes jazzy que fazem exige músicos dotados.
“Valley Of Smoke” apanha os Intronaut numa fase mais amadurecida, facto a que não devem ser alheias as digressões com Mastodon, Isis, The Ocean, Kylesa, entre outros. Mas de que forma isto aqui se revela? Este novo disco parece não ser tão intrínseco como “Prehistoricism”, é menos jazzy, menos experimental, mas não deixa de congregar todos os elementos identificativos do seu ADN. Ao invés, o grupo de Los Angeles opta por ser mais directo, sem nunca cair em excessos de ligeireza. Continuam aqui a marcar presença todas as suas melodias transcendentais (e arrepiantes), as estruturas imprevisíveis e progressivas, o peso (mais vinculativo do seu início de carreira) e um desempenho de bateria, novamente, de alto gabarito. Os longos épicos hipnotizantes ficaram de fora e já não estão tão presentes as autênticas jazz jams de “Prehistoricism”, embora fique aqui representada essa faceta na excelente “Valley Of Smoke”. Mas nada se transformou de forma drástica, apenas se compactaram ideias para que a sua música fosse ligeiramente mais fluente.
Sendo assim, mantendo-se um brilhantismo inato, estes novos oito temas não vão desiludir quem gostou do trabalho da banda até à data. Aliás, a esta altura, já não se espera que os Intronaut sejam capazes disso ou estejam mesmo a definir o que quer que seja. Não obstante o que possam, legitimamente, ainda vir a experimentar, há elementos que já fazem deste um colectivo perfeitamente identificável e de culto. [9.0/10] N.C.
Estilo: Post/Prog/Jazz/Sludge Metal
Discografia:
- “Void” [CD 2006]
- “Prehistoricism” [CD 2008]
- “Valley Of Smoke” [CD 2010]
www.myspace.com/intronaut
www.blogronaut.blogspot.com
