Review
JAMES LABRIE
“Static Impulse”
[CD – InsideOutMusic]
Daqueles casos não consensuais, capazes de despertar paixões e ódios. Será assim talvez a postura dos fãs de Metal Progressivo, concretamente os de Dream Theater, em relação ao vocalista de origem canadiana, James Labrie. Pese embora a discussão, muitas vezes “viciada” e envolta mais em preconceitos do que nos factos, a verdade é que Labrie cada vez mais se afirma como um músico e compositor de referência, ambicioso, “curioso” e versátil. Basta pegarmos em “Static Impulse” e vermos, à semelhança do que “Elements Of Persuasion” havia mostrado há cinco anos atrás, que a palavra estagnação não faz parte do léxico de Labrie.
“Static Impulse”
[CD – InsideOutMusic]
Daqueles casos não consensuais, capazes de despertar paixões e ódios. Será assim talvez a postura dos fãs de Metal Progressivo, concretamente os de Dream Theater, em relação ao vocalista de origem canadiana, James Labrie. Pese embora a discussão, muitas vezes “viciada” e envolta mais em preconceitos do que nos factos, a verdade é que Labrie cada vez mais se afirma como um músico e compositor de referência, ambicioso, “curioso” e versátil. Basta pegarmos em “Static Impulse” e vermos, à semelhança do que “Elements Of Persuasion” havia mostrado há cinco anos atrás, que a palavra estagnação não faz parte do léxico de Labrie.É verdade que nem sempre se vêem com bons olhos estes projectos paralelos ou a solo de músicos consagrados, mas ao ponto de os ignorar é um erro. Neste caso, crasso. Quem testemunhou a sua estreia ficou bem ciente de que esta não era uma oportunidade barata de reciclar a fórmula musical que o tornou popular, até porque isso não faria muito sentido. Aliás, seria óbvio demais e, para um músico ávido, uma decisão muito pouco sensata.
James Labrie a solo já demonstrou ser um escape perfeitamente válido e legítimo ao que este faz com os Dream Theater. Pensar escutá-lo entre tanta violência e distorção parecia à partida provocador e descabido, mas o músico mostra-se perfeitamente à altura e com argumentos para o querermos seguir, na fila da frente, nesta viagem.
Se “Elements Of Persuasion” havia sido interessante, este “Static Impulse” sobe a fasquia do peso, da melodia e da composição, dando uma tremenda lição de como criar canções. Este tipo de abordagem, ainda mais feita por músicos tão dotados e clínicos, pode sempre sugerir alguma monotonia, e é admissível que se ponha a questão. Contudo, deixe-se de parte as teorias da originalidade ou do progresso e temos neste regresso um disco irresistível.
Assumidamente moderno, inesperada e intensamente influenciado pelo Metal de Gotemburgo, não deixa, no entanto, de ser um disco progressivo e que assenta perfeitamente na voz de Labrie. A única questão que se pode sempre colocar é: “até que ponto a perfeição da composição e a apetência para criar refrões infalíveis o torna entediante”? A disposição pessoal dará a resposta. Todavia, a qualidade superior destes 12 temas não deve ser beliscada.
Resta apenas assinalar as superiores prestações de Matt Guillory (teclista, segundas vozes, e amigo de longa data de Labrie), Marco Sofgli (guitarrista, daqueles ilustres desconhecidos), Ray Riendeau (baixista) e Peter Wildoer (baterista dos Darkane e aqui corrosivo num registo berrado). Uma das melhores colecções de canções (na mais pura acepção da palavra) que havemos escutado nos últimos tempos. [8.9/10] N.C.
Estilo: Death Metal Melódico/Progressivo
Discografia:
- “Elements Of Persuasion” [CD 2005]
- “Static Impulse” [CD 2010]
www.myspace.com/officialjameslabrie
