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Sim, nós temos metal

13 de Julho! Esta é a data escolhida para celebrar o Dia Mundial do Rock. Mas nós, brasileiros, temos o que comemorar? Apesar dessa marolinha emo, que nem deve ser considerada como Rock, eu acredito que se voltarmos os olhos para o patinho feio do Heavy Metal, é claro que temos muito o que nos orgulharmos! Sim, isso mesmo! O Heavy Metal deveria ser o orgulho dos roqueiros, headbangers ou qualquer adjectivo que denomine a pessoa que gosta do som pesado e repleto de atitude.

Os Media mainstream brasileiros podem fechar os olhos, tentar tapar o sol com a peneira, voltar todo o foco e tentar enfiar goela abaixo o som de um bando de putos andróginos com um colorido sem identidade, mesmo assim não poderão esconder o talento que existe dentro do cenário do Heavy Metal nacional. Assim como o Hardcore, o Metal é outro segmento que não precisa da Media de massa para sobreviver. Os dois estilos musicais são mantidos pelos próprios fãs, são “auto-sustentáveis” mesmo no romantismo do underground ou mostrando seu poderio ao encher as grandes arenas nos shows internacionais.

É bem verdade que faz tempo que, o coração do Heavy Metal brasileiro não bate apenas de Sepultura, Angra e Krisiun. Com o passar dos anos, o cenário desenvolveu-se, cresceu e mantém-se em ascensão. Vide o caso de bandas como Korzus, Torture Squad, Shadowside, Hibria e Claustrofobia, que estão cada vez mais “bombando” tanto no cenário nacional, como adquirindo respeito e prestígio no exterior. Isso sem contarmos com as dissidentes subdivisões do Angra, que geraram André Matos, Shaman, Hangar, Remove Silence, Bittencourt’s Project e Almah.

Se pararmos para contar, só no parágrafo acima, foram mencionados 14 brilhantes grupos. Vale a pena lembrar que ainda podemos incluir na lista Tuatha de Danann, Unearthly, Mindflow, Dr. Sin, Command6, Eminence, The Ordher, King Bird, Red Front, Deventter, Andragonia, Madgator, Malefactor, Tempestt, Violator, os lendários Vulcano, Ayin e Ravenland. Também não podemos nos esquecer de Scelerata, Rygel, Chemical Disaster, Hugin Munin, Opus Tenebrae, Goatlove, os cariocas Libra que desapareceram após o show de abertura para os Kiss, Chipset Zero, Kamala, Ecliptyka, SkinCulture, Sarcafago, Stress, Confronto, Nocturna e Sacrificed. Nessa lista, é bem capaz que tenha cometido a injustiça de esquecer algum nome, mas é totalmente compreensível já que o número de bandas promissoras neste país é vasto demais.

No entanto, este tsunami de shows internacionais que vem varrendo o Brasil, por um lado é super interessante, pois a malta está tendo a oportunidade de conferir diversos artistas consagrados. Porém, estes eventos têm prejudicado e muito as bandas nacionais, que encontram grande dificuldade em agendar bons concertos ou se apresentar para uma plateia de números satisfatórios. Portanto, fica evidente que se o público não prestigiar, não apoiar os eventos nacionais, o cenário vai ruir em poucos anos, ou seja, a única solução para que as bandas brasileiras sobrevivam será buscar cada vez mais o mercado no exterior, actividade que já está em execução por diversos artistas há um bom tempo.

Outro factor importante que tem ajudado no crescimento das bandas é os meios de comunicação especializados. Actualmente, o Brasil dispõe de diversos veículos que difundem o trabalho dos mais diversos grupos musicais. Sem a Imprensa, sem a determinação de muitos jornalistas, com certeza, toda esta evolução que acompanhamos diariamente não seria possível. Na maioria das vezes, os Media são obrigados a escutar palavras hostis sem motivos pelo público, pois se esquecem que, no final das contas, são estes comunicadores que informam, formam opiniões e ajudam os músicos a divulgar o seu trabalho.

Além disso, no Brasil, praticamente todas as pessoas que curtem Metal tocam um instrumento, têm uma banda e por isso acham-se capazes de criticar a torto e a direito. Sem contar, aqueles que fãs que parecem torcedores de futebol, que só pensam em apoiar apenas uma banda e saem por aí, principalmente na invisibilidade da internet, difamando uns e outros. O que eu quero dizer é que uma andorinha não faz verão. Se tomarmos como exemplo o cenário sueco podemos perceber a quantidade de bandas que tomaram de assalto o Mundo. O que era o cenário sueco anos atrás? Praticamente nulo, hoje eles são os ditadores de regras do Metal. É certo que eles tiveram diversos factores que ajudaram nesse desenvolvimento, mas nós, brasileiros, temos garra, determinação e força de vontade para vencer, derrubar barreiras e conquistar territórios.

Desta forma, os fãs precisam entender, de uma vez por todas, que são eles que fazem a cena, que eles precisam de encontrar alguma forma para apoiar as bandas nacionais. Quem sabe, um dia, o cenário brasileiro dite as tendências do Metal Mundial... Talento, determinação, ousadia, garra e perseverança, qualidades que eu acredito que nossas bandas têm! O Brasil não é só o país do samba, do funk, do remelexo; o Brasil também é o país do Heavy Metal. Sim, nós temos Heavy Metal e dos bons!

Parabéns a todos os que mantêm o Rock e o Metal vivos e de cabeça erguida!

Costabile Jr.

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