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Review

JAMES LABRIE
“Elements Of Persuasion”

[CD – InsideOut/Megamúsica]

Como é tradição para os músicos de metal e rock progressivo acumularem às suas funções nas suas bandas de raíz projectos paralelos, também James Labrie não fica distante do "comboio". Iniciando a sua carreira a solo em 1999 sob a designação Mullmuzzler, Labrie chega agora ao seu terceiro trabalho desta vez sob designação própria.

O vocalista reconhecidíssimo pela sua aliança com os Dream Theater junta-se de novo a uma nova companhia de estrelas para erguer este trabalho muito curioso. Falamos do teclas Matt Guillory [Dali´s Dilemma] que aliás co-produziu este álbum com Labrie, o baixista Brian Beller [Steve Vai], o mago da bateria Mike Mangini [Extreme, Annihilator] e o ilustre desconhecido Marco Sfogli, guitarrista italiano responsável pela grande coesão deste disco. Ora desde já convém adverter para o facto de que este álbum não é nenhuma cópia de Dream Theater, salvo alguns riffs mais pesados e especialmente passagens de solos onde aí Sfogli se demonstra grande seguidor de Petrucci. Mas em todo o resto, e apesar da voz de Labrie, toda a envolvência deste disco se apresenta muito longe da complexidade dos trabalhos dos Dream Theater ou de outras de natureza prog mais intricada.

Este disco de Labrie apresenta-se surpreendentemente orientado para o peso com momentos de tremendo groove. Os riffs de Sfogli fazem lembrar por vezes Metallica [como no tema de abertura “Crucify”] ou até mesmo Korn com a simplicidade do riff de “Oblivious”. Mas com isso não se pense que atinge uma superficialidade nu-metal, pois todo o virtuosismo de Sfogli e a presença das teclas realçam todo o pressuposto progressivo destas composições. Superiormente condensadas e equilibradas, com uma produção assombrosa, os temas de “Elements Of Persuasion” apresentam um magnetismo mágico, demonstrando uma rara apetência para se ser pesado, progressivo e ao mesmo tempo orelhudo.

Não há definitivamente aqui um tema em que o refrão nos passe despercebido ou não fique retido no ouvido. Deveras um resultado difícil de atingir, ainda mais no meio de riffs tão pesados como os que desfilam neste álbum. Mas ainda assim temos lugar sempre a muita melodia, especialmente nos temas “Alone” e “Smashed”, duas baladas onde se evidenciam bem as teclas de Matt Guillory e a suavidade da voz de Labrie. Esta última encaixa, surpreendentemente bem, no meio do poder da distorção das guitarras.

Em suma, um álbum muito requintado, fértil em peso e melodia numa mistura perfeita que faz destes doze temas uma peça valiosa, fortalecida pela importância fulcral de cada uma das suas parcelas, construindo assim um álbum excelente.

[9/10] N.C.
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