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Review

DISBELIEF
"66Sick"

[CD - Nuclear Blast/Mastertrax]

Remontando a 1997, os germânicos Disbelief eram uma banda que deambulava ainda um pouco à procura do som que realmente lhes inspirava e lhes efervescia interiormente. Normal “desorientação” e incapacidade de se reger pelos seus próprios princípios quando se está em princípio de carreira, os Disbelief passaram, entretanto, de uma vulgar banda de death metal para algo muito mais personalizado, complexo e original.

Há quem ache que os Disbelief não foram fazendo mais do que “comercializar” o seu som e com este “66Sick” é normal que esta sensação venha ao de cima. É verdade que se passou de um death metal para algo muito mais directo, carregado de riffs muito mais minimalistas, onde predomina o groove e o poder balançado de uma tendência aparentemente mais actual. Se isto é verdade, também podemos afirmar que, às custas de um espírito aberto, se conseguiu fundir várias secções da música pesada e chegar a um resultado muito mais dinâmico, fresco e interessante.

Este sexto álbum dos Disbelief marca um passo em frente no crescimento da banda e um seguimento da boa aceitação que já tinham tido com “Spreading The Rage”. Sendo assim, abrimos o álbum com “66”, a intro que faz a ligação com “Sick”, um tema extremamente potente, regado de power, onde nos vemos quase obrigados a pensar em “The Heretic Anthem, um dos clássicos dos Slipknot. Ao longo do disco vão se destacando, como já se disse, os riffs pesadões, arrastados, a remeter para o universo dos Neurosis que, aliás foi sempre uma das referências assumidas pela banda, e um toque de melodia e frieza minuciosamente inserido para que o resultado se torne ainda mais eficaz. A tonalidade da voz de Karsten Jägen, uma das indiscutíveis mais-valias deste grupo, impõe-se aqui como uma dolorosa, rancorosa e perfeita forma de interpretação para estes temas. Como que todo este ambiente de peso e desolação se tornasse impossível sem Karsten a fazer uso das suas cordas vocais. Os berros dominam a maior parte da sua prestação no disco, mas aqui e ali escutam-se arranjos vocais e refrões em tom limpo.

Quase a terminar, o interlúdio “Mental Signpost” resume o lado obscuro da banda, sempre presente, e que é um dos componentes herdados desde os seus primórdios. Assim se distingue este material e o universo actual dos Disbelief porque, de resto, a banda quase se poderia inserir numa qualquer vaga mais moderna dentro do metal. Não obstante mais comerciais, é verdade, fica a amplitude e a versatilidade que resulta deste cruzamento entre as primeiras tendências da banda e uma outra mais actual que têm vindo a desenvolver ao longo dos tempos.

[8/10] N.C.
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