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Review

TENDRILLS
“Gray Area Zone”

[CD – Metrodiscos]

Percurso invejável tem já este sexteto de Fafe. Formados em 1999, a partir das cinzas dos Dramatic Irony, os Tendrills surgem numa altura em que as ideias começaram a escassear com a antiga banda e em que os seus membros decidem então formar um novo projecto, motivados pela inspiração e entrada de Filipe Oliveira para as programações e segundas vozes.

Entretanto, o percurso da banda tem sido marcado por inúmeras peripécias de relevo. Participações em festivais como o Sudoeste, Vilar de Mouros, Paredes de Coura e ainda a abertura para os Limp Bizkit no Pavilhão Atlântico em Fevereiro passado. Pelo caminho fica ainda a vitória no Concurso 365, em 2000, e a inclusão do tema “Glitch” na compilação de 2001 da Optimus.

Mais nomeações e concertos se seguiram, sem que a banda esquecesse a importância de ter algo registado. Daí que, ao longo de 2003, tenham estado com Mário Pereira [Blind Zero, Zen, Ornatos Violeta] e Mário Barreiros nos seus estúdios MB, no Porto, a registar este “Gray Area Zone”.

O que temos aqui é uma banda portuguesa a fazer um som americanizado, baseado nas tendências rock/metal da segunda metade da década de 90, com um toque electrónico, e que é bem capaz de fazer inveja a muitas outras bandas americanas que andam nisto há mais tempo.

A produção é desde logo espantosa! Quanto aos temas que os Tendrills nos apresentam conseguem, mesmo assim, valer por si próprios. A grande lacuna é definitivamente as influências demarcadas que o grupo tem e que ainda não consegue disfarçar. Para terem uma ideia, o som dos Tendrills anda à volta das criações dos Incubus, Mike Patton nos seus vários projectos, Lost Prophets, Staind, Linkin Park e Stone Temple Pilots. É também de realçar a superior capacidade de criar canções; harmoniosas, orelhudas, contagiantes, mas também capazes de ter bastante groove e peso. O single “Gray Area Zone” é um bom exemplo disso.

Entretanto, em momentos mais calmos a banda também surpreende - “Comet” é um dos meus temas preferidos. Com capacidades para a internacionalização? Talvez ainda não, uma vez que precisam de mais algum tempo para apurar a sua personalidade e construir algo mais próprio. Todavia, isto não retira nenhuma qualidade às canções, muito incisivas e de contágio fácil.

Se tivermos em conta que há povos capazes, principalmente o americano, de devorar tudo o que são tendências e modas, mesmo que estas estejam em declínio, pode ser que os Tendrills ainda venham a ter algumas surpresas a nível internacional. Por cá, são já uma certeza! Vamos ver até onde chegam...

[8/10] N.C.
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