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Review

EXTOL
"The Blueprint Dives"

[CD - Century Media/Mastertrax]

Seria mais óbvio começar por contar a história da banda, seu percurso e discografia… Mas no entanto, e para que se demarque uma ideia, prefiro começar por dizer que os Extol conseguiram de certa forma surpreender-me e angariar o meu carinho e respeito pelo seu trabalho. É que esta é das raras vezes em que uma banda soa fresca, despretensiosa e ambiciosa [ao mesmo tempo], sem recorrer a grandes artifícios que não sejam, quer-me parecer, a naturalidade com que se faz música… e inteligência também, claro!

Ora bem, para quem pensa que Noruega é só sinónimo de black metal, aqui vos apresentamos uma banda que, para além de não se inserir nesta categoria, dificilmente se enquadrará em qualquer outra, pelo menos da forma mais óbvia esperada. Os Extol formaram-se há já dez anos e chegam agora a um terceiro trabalho onde demonstram tudo menos apatia de espírito e incapacidade de ir mais além a nível criativo. Se bem que o que fazem não é de modo algum novo, no entanto a fusão aqui proposta é suficientemente dinâmica e abrangente para nos deixar tão confusos quanto aliciados.

O metal dos Extol vai desde o hardcore ao metalcore, do screamo ao emo e de uma fusão de variados espectros mais alternativos como o prog rock e o som de uns Radiohead e Björk. Capaz de vos aguçar o apetite, não? Pois, tudo isto bem condimentado e dividido em equilibradas parcelas, verão que temos aqui um álbum muito bem doseado a nível de peso, melodia, tendências alternativas, e ainda uma certa melancolia que, diria eu, própria de latitudes mais altas como as escandinavas. Peguem, portanto, em “The Blueprint Dives” e em temas como “Gloriana” [a abrir com a sua batida speedada e hardcore] e saltem pouco à frente para “Pearl” e concluirão pela sua melodia que os Extol não são de fácil definição e nos irão por à prova constantemente.

Com “Another Adam’s Escape” chega a já referida alusão a Radiohead, numa toada bem mais “dura” [como seria de esperar], e um melancólico “Lost In Dismay” a fazer-nos crer numa Björk masculina pelo cariz vocal e emocional de Peter Espevoll. Não é exagero nenhum, e aliás só vem a confirmar a versatilidade vocal e instrumental da banda, que consegue efectivamente nos demonstrar irreverência, subtileza, charme e inteligência.

Faltará ainda, eventualmente, aos Extol conseguir sumariar um conjunto de temas mais eficazes, mas pela ousadia e coragem fica o devido respeito a estes “rapazes”.

[8/10] N.C.
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