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Review

TRAIL OF TEARS
“Free Fall Into Fear”

[CD – Napalm Records/Recital]

A formação dos Trail Of Tears remonta já a meados da década passada, mas só em 2000 começaram a emergir no circuito underground com a gravação do seu segundo álbum, o aclamado “Profoundemonium”. Habituados desde o princípio a mostrarem-nos vontade de fazer algo diferente e fugir às barreiras de qualquer cliché, moda ou tendência ocasional, os Trail Of Tears sempre fizeram por se demarcar das restantes bandas que, na altura em que se formaram, tentavam disputar o seu lugar na vertente doom/goth que despoletava na época. Entretanto, souberam conjugar variadas facções [mais extremas] do metal, juntando-lhe ainda uma certa dose de experimentalismo e conseguiram criar algo atraente sem ser preciso recorrer aos maneirismos comerciais que caracterizavam as bandas do género na altura.

Sendo assim, chegamos a 2005 e ao quarto trabalho destes noruegueses e encontramos uma sequência lógica do trabalho que haviam demonstrado no anterior “A New Dimension Of Might”. Guitarras ainda mais pesadas, com riffs [alguns] absolutamente vorazes e capazes de nos fazer soltar grandes doses de adrenalina, um cruzamento harmonioso entre um extremismo black metal [evidenciado pela velocidade, blast beats e teclados dignos dos álbuns mais antigos dos Dimmu Borgir] e uma melodia requintada, tipicamente gótica, a nível de refrões e vozes que conferem uma importante dinâmica e fluência a este trabalho.

Os Trail Of Tears são suficientemente espertos para não nos deixarem cair na apatia revelando constantemente pormenores que nos elucidam claramente que esta banda não é uma banda de mente “curta” e que anda sempre à procura de inovar e não cair, como já se disse, em clichés de qualquer tipo. Não se pense com isso também que estamos perante uma obra absolutamente imaculada [nada disso], mas sabe absolutamente reconfortante uma banda que aqui e ali, hoje em dia, ainda nos consegue surpreender com alguma ousadia e frescura.

Posto isso, e tendo os Trail Of Tears ainda que trabalhar para construírem “aquela” obra, pois esta ainda peca por algum desequilíbrio [temos cerca de metade de um disco muito bom e outra que caí um pouco na monotonia], os Trail Of Tears são no entanto uma banda de respeito, pois dentro de um espectro tão saturado e desgastado conseguem ainda reformular, reinventar e pôr cá para fora ideias originais.

[8/10] N.C.
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