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Review

DISILLUSION
“Back To Times Of Splendour”

[CD – Metal Blade/Recital]

Este é um daqueles discos capazes de nos prender desde o primeiro minuto. Não só pela sua dimensão musical ou pelo valor inquestionável dos seus músicos, mas sim porque, e foi algo que deixou muito feliz, senti que estes músicos se esforçaram de verdade para criar algo para além da previsibilidade que reina na generalidade dos trabalhos hoje em dia.

Em 2001, este trio formado por Vurtox [voz, guitarra e baixo], Jens Maluschka [bateria] e Rajk Barthel [guitarra] juntou-se de novo, após três anos de inactividade para começar a trilhar o seu caminho. Ainda antes do final de 2001 gravam a sua primeira demo, com quatro temas, intitulada “Three Neuron Kings”, para em 2002 lançarem o MCD “The Porter” pela Voice Of Life Records. Já nesta altura os Disillusion gozavam das atenções dos media que os consideravam um dos melhores actos a sair do underground germânico. É então que assinam pela Metal Blade e passam oito suados meses a compor e a aperfeiçoar, cuidadosamente, todos os pormenores para o seu primeiro longa-duração.

Chega-nos então em Abril de 2004 “Back To Times Of Splendour” e percebe-se bem o porquê de toda a expectativa em torno da banda e a razão de terem passado tanto tempo em estúdio. O álbum inicia-se com “And The Mirror Cracked” e o que poderíamos classificar imediatamente de death metal melódico rapidamente deriva em outras dinâmicas, atracando em cenários ambientais, calmos, épicos e progressivos. Para além destas referências, poderemos ainda deparar-nos com passagens thrash, folk e ainda, ocasionalmente, outras mais obscuras, próprias do black metal. Com tudo isto a fluir de uma maneira absolutamente deliciosa, fora um ou outro momento mais monótono, os Disillusion conseguiram criar um trabalho que não cansa e muito dificilmente passará despercebido.

Elementos como o piano e as guitarras acústicas marcam também presença neste trabalho. Vozes e coros bastante dinâmicos, graças à voz versátil de Vurtox, um trabalho de guitarra notável com riffs e texturas muito bem criadas e uma secção rítmica não menos brilhante [prestem bem atenção aos compassos iniciais de “Fall”] culminam num trabalho em que a intenção principal é não obedecer a regras e onde a fórmula baseia-se na fusão harmoniosa de variados estilos musicais. Isto eles conseguem-no com mestria, sem soar a banda que quer tocar tudo ao mesmo tempo sem saber quais as doses certas a aplicar e com isso só louvámos a iniciativa, o talento e a ousadia de querer alcançar novas barreiras.

Sentimos que estes músicos poderão ir ainda mais longe num futuro próximo, mas para já deliciamo-nos com esta fabulosa estreia. A desilusão não mora, definitivamente, por esses lados.

[9/10] N.C.
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