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Review

CANKER
“Interactivist”

[CD – Blastoff! Records]

Podem parecer novatos nestas andanças mas o Canker já por cá se passeiam desde 1997, embora até agora se tenham feito conhecer por Canker Bit Jesus. Sob esse epíteto lançaram três demos e um EP e conhecerem alguma exposição por concertos e uma aparição em televisão. A verdade é que, mesmo assim, não deixam de se apresentar como uma novidade para a maioria dos seguidores do Rock nacional. Directos a esta estreia em longa-duração, podemos dizer que, à priori, se amolda um imaginário progressivo, muito graças ao inspirado layout do disco – autoria de João Diogo -, o que, de facto, se traduz, em parte, no disco.

Mas, sobretudo, aqui se exercita um Rock alternativo com um toque clássico, ao mesmo tempo capaz de aglomerar elementos mais pesados – até com um toque grunge em certas ocasiões – e bastante propenso a um experimentalismo psicadélico.

Em espontânea análise, diríamos que é de difícil assimilação a música dos Canker. Há realmente algo de estranho no universo deste quarteto, o que não significa necessariamente que tenham sido capazes de criar algo fora do comum. Aliado a essa estranheza, que é sempre preferível a uma entediante “pedrada” de convencionalismo, está o facto das capacidades técnicas do grupo parecerem algo limitadas e falta alguma genialidade no plano da composição, embora alguns possam dizer que a “diferença” que estes temas apresentam seja suficiente para justificar um dístico de individualidade.

Ressalvando-se alguns bons apontamentos ao longo destes dez temas, mais um bónus, falta, na verdade, algo muito importante: os temas que nos ficam na memória. Com isso, é-lhes difícil escapar a alguma monotonia, embora se note a deliberada intenção de oferecer texturas, breaks e ambientes ambivalentes que tentam conquistar-nos. Mas e se dissermos que tudo dependerá da forma e do espírito com que interpretarmos o universo, referidamente, pouco sóbrio da banda? Cada um deverá tirar as suas conclusões...

Não há aqui muita agressividade, mas também não há “mel”, não há propriamente genialidade mas também está-se longe de se obedecer a convénios. O que é certo é que há aqui um grupo de músicos a exalar uma saudável ousadia e que lhes conduz a uma sonoridade cosmopolita e destino que se pode revelar interessante. Muito cedo ainda para arrebatarem corações, fica a curiosidade de saber como a banda irá crescer nos próximos tempos e se alguma da excentricidade que aqui se exibe pode vir a ser sinónimo de uma capacidade revolucionária.

[6/10] N.C.

Estilo: Rock/Metal Alternativo

Discografia:
- “Techno Vibrations” [EP 1998]
- “Prozac” [Demo 1999]
- “Diabolik” [Demo 1999]
- “C.B.J.” [Demo 2003]
- “Interactivist” [CD 2008]

www.cankeronline.blogspot.com
www.myspace.com/cankerband
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