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Review

BEYOND TWILIGHT
“Section X”

[CD – Massacre/Mastertrax]

Confesso que desconhecia a carreira deste sexteto dinamarquês de metal progressivo. Às vezes, ou por questões editoriais que subjugam os artistas a distribuições deficientes ou pela nossa própria falta de tempo em estar dentro de todos lançamentos que vão surgindo no mercado, nos passam ao lado grandes talentos.

Desta vez, e para nossa imensa satisfação, não deixamos escapar os Beyond Twilight e o seu segundo trabalho intitulado “Section X”. Ao ouvir pela primeira vez esta banda, fiquei com a sensação de que estava a descobrir um daqueles talentos desconhecido e secretos, ainda por cima vindo de uma editora normalmente ligada a metal mais tradicional, que não obstante já nos ter habituado a algumas surpresas, não julgava agora capaz de oferecer uma proposta deste género, dentro do progressivo e com este grau de qualidade.

A verdade é que os Beyond Twilight não são propriamente uns desconhecidos e muito menos inexperientes [aliás, a coesão e a qualidade destacam-se logo de início], com um disco de estreia – “The Devil’s Hall Of Fame” – muito aclamado pela crítica. Sendo assim, convém mencionar que a responsabilidade deste projecto cabe maioritariamente a Finn Zierler, teclista e seu principal mentor, e que se revela destacadamente, ao longo da audição do disco, como um dos elementos fulcrais deste colectivo, provando mesmo que as teclas no progressivo são tão importantes quanto o resto dos instrumentos e que depende, efectivamente, muito delas a qualidade de um trabalho deste género.

“Section X” funciona como que uma continuação do seu antecessor, recorrendo à reciclagem de riffs e passagens que já vinham de “The Devil’s Hall Of Fame”, criando assim aquela interligação e compatibilidade entre os dois trabalhos invocando uma abordagem que já é apanágio nas bandas de metal progressivo – o conceito e a obra como um todo. Musicalmente, e olhando até para as cores da capa, até nem os julgamos tratar de uma banda de metal progressivo, tal é a obscuridade que ela apresenta. Mas tudo acaba por estar perfeitamente ajustado, uma vez que, os Beyond Twilight desenvolvem um conceito e um tipo de som bastante obscuro, intenso e assente em orquestrações e diálogos que nos fazem sentir como que se estivéssemos a escutar uma banda sonora de um qualquer conto de Halloween – sem nunca chegar a ser maléfico, antes pelo contrário, sempre cheio de fantasia. Por outro lado a melodia está sempre presente e repleta de beleza [como no refrão de “Ecstasy Arise” e “Section X”], a técnica e o peso em doses controladas e muito bem medidas, e as capacidades técnicas de Finn a virem ao de cima no curto instrumental “A Portrait F In Dark Waters”, a demonstrar ainda uma interessantíssima veia sinfónica e neoclássica. Ainda por cima, tudo fica facilitado quando a música é acompanhada por uma boa voz. É o caso de Kelly Sundown Carpenter [dos Outworld e recém-chegado aos Beyond Twiligth] que nos presenteia com um estilo muito próximo do de Jorn Lande em início de carreira.

Em suma, uma excelente surpresa, de uma excelente banda e de uma editora de quem não estava nada à espera.

[8/10] N.C.
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