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Review

MESHUGGAH
“Catch Thirtythree”

[CD – Nuclear Blast/Mastertrax]

Se alguém, porventura, achar as nossas críticas invariavelmente perniciosas para as bandas, ficará aqui então a prova de que, quando necessário, colocamos em louvor todo o potencial e génio de uma banda. Ora, para isso não seria tarefa fácil a não ser que estivéssemos a falar de uma banda como os Meshuggah. Apesar de muito populares, geram ainda alguns comentários menos consensuais, tal como tive oportunidade de testemunhar na internet quando pesquisava sobre este disco, mas que por aquilo que percebi só vem demonstrar a incapacidade e fragilidade de algumas pessoas em suster a complexidade e o extremismo do seu universo.

Se alguma vez me passou pela cabeça testemunhar uma banda tão original e complexa no mundo, então a surpreendente resposta está nos Meshuggah. Ao nível dos compassos rítmicos a banda foge completamente a todos os conceitos pré-concebidos, elevando ao cume absoluto aquilo que havia até então visto, quase por exclusivo, em bandas de rock progressivo. Sendo assim, ganharam toda a minha devoção uma vez que criaram a absoluta e derradeira perspectiva sobre construção rítmica numa malha tão intricada que é quase capaz de nos deixar "loucos".

Ao nível do peso a banda não sacrifica nem uma única parcela da sua monstruosa equação, o que torna tudo mais interessante ainda. Quando as mentes destes suecos parecem funcionar como uma autêntica máquina desgovernada, um autêntico asilo de ideias enfermas mas sempre controladas [e aí é que está a beleza], toda esta loucura faz com que se quebre toda e qualquer barreira pré-concebida a nível musical e a nível de ideologia do que é um trabalho discográfico. Isto fez com que começassem a entrar num caminho épico e apocalíptico com o EP “I” e com este “Catch Thirtythree” os Meshuggah procedem ao estender deste conceito e elevam este álbum a uma monstruosa peça de 47 minutos, dividida em 13 temas.

Estilisticamente não haverá muito a acrescentar para quem conhece a banda e a sua tendência matemática, aguçada a partir do álbum “Nothing”, mas tudo o que aqui se faz continua a ter a estranheza e o brilho que faz dos Meshuggah uma das bandas mais geniais e originais do planeta. Sem dúvida, para mentes muito resistentes e abertas, “Catch Thirtythree” continua o legado da banda de Thordendal, Kidman e Cª, num percurso que vai para além do nosso estado físico, mental e intelectual.

[10/10] N.C.
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