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Review

PERZONAL WAR
“Faces”

[CD – AFM/Recital]

Os germânicos Perzonal War formaram-se em 1996 e este é já o seu quarto longa-duração, o segundo para a AFM Records. Liderados por Matthias Zimmer [vocalista/guitarrista], os Perzonal War recolheram excelentes críticas aquando do anterior “Diferent But The Same”, de 2002, e depreende-se que tenham partido para este novo trabalho com alguma responsabilidade e vontade de dar seguimento a este cenário de optimismo. Depreende-se que se tenham esforçado ao máximo, portanto… Sendo assim e ao primeiro contacto que tivemos com a banda com este “Faces”, percebemos rapidamente que os Perzonal War não são nenhuns principiantes na matéria e que emanam muita força e profissionalismo do que fazem. No entanto, é difícil perceber que passo evolutivo deram com este novo álbum, uma vez que não conhecemos os seus antecessores.

Pelo que já me apercebi pelas críticas da imprensa, este é mais um álbum arrasador de Perzonal War… Eu tendo a discordar um pouco, mas até compreendo a situação. Até eu próprio me senti confuso à medida que ia ouvindo este “Faces”. Uma produção cheia e muito poderosa como esta, beneficia logo uma imagem que, por vezes, não está mais do que inflacionada. Uma faixa de abertura intensa e avassaladora, como “Devil In My Neck”, deixa antever um álbum cheio de pontos de interesse, o que acaba por não se verificar. A ideia que temos logo no início acaba por se dissipar rapidamente ao fim de dois pares de temas e até nos deixa com uma pontinha de desgosto quanto a uma coisa que parece [mesmo] existir mas que afinal é uma mera miragem... muito pálida e ofuscada.

Poucos perceberão a minha opinião quando escutarem este disco pela primeira vez, pois este não é de todo um mau disco e demonstra uma coesão notável destes músicos. No entanto, talvez pelo entusiasmo que se cria após escutada a primeira faixa ou não estivéssemos nós próprios a descobrir um novo talento, mais facilmente depois se cai na monotonia e desilusão. E não se admirem se passarem algum tempo a tentar gostar deste álbum e a descobrir o que faz destes Perzonal War um caso de sucesso junto dos media. A verdade é que, apesar de tocarem muito bem e dos temas terem, no entanto, muito potencial para nos entreter, falta se calhar aquela “chama” que marca os grandes trabalhos. Não que os Perzonal War sejam um caso perdido, muito longe disso, mas talvez ainda não tivesse sido a altura certa da editora os ter dado a conhecer ao mundo inteiro.

Para que fiquem a saber, os Perzonal War situam a sua sonoridade no power/speed thrash, tendo como maior inspiração bandas como Annihilator, Metallica [especialmente pela voz de Matthias Zimmer que se aproxima assustadoramente da de James Hetfield] e ainda por nomes como Rage, Overkill e Grave Digger.

“My Secret” é um dos momentos mais calmos do disco [o inevitável single mais “cantarolável”] e também um dos mais incaracterísticos face ao resto dos temas, aproximando-se assim de algo mais moderno e acessível. Em “Faces” e no curto interlúdio “Sign Of Chaos” a banda faz-me lembrar o tribalismo voodooiano de uns Godsmack, não obstante conseguir ter alguns apontamentos [poucos] mais próprios.

Sem conseguir perceber, no entanto, todo o aparato que se vive em redor dos Perzonal War, fica o reforço da garantia de que este está longe de ser um mau álbum. Talvez falte só a tal “chama”, a tal alma…

[6/10] N.C.
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