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Review

STRAPPING YOUNG LAD
“Alien”

[CD – Century Media/Mastertrax]

Se seria escusado que Devin Townsend lançasse um álbum chamado “Alien” para que desconfiássemos da sua natureza "extraterritorial" e intelectual, então este novo “Alien” vem dissipar todas as nossas dúvidas. Devin Townsend é realmente um ser de outro mundo e estes Strapping Young Lad são produto da sua máquina mental absolutamente insana... Claro que estou a brincar, mas sei que bem percebem o que estou a falar, especialmente para aqueles que conhecem a carreira dos Strapping Young Lad. Com uma voz como a de Devin, que vai desde os berros mais agrestes a arranhados à voz mais limpa de uma qualquer vocalização heavy metal, e um método de composição regido por [quase] um único pressuposto – o caos musical – então temos aqui qualquer coisa de alienígena e insano... E isto para não falar nas teclas ocasionais, nas programações, nos coros e nas melodias, tão fulcrais neste preparado sarcástico de Devin, mas que só fazem sentido porque são preparados por um “cozinheiro” muito especial. Juntamente com “assistentes” como Jed Simon [guitarra], Byron Stroud [baixista Fear Factory] e o transcendente Gene Hoglan [baterista ex-Dark Angel, ex-Death, ex-Testament] o resultado não podia ser mais devastador.

Temos “Imperial” a abrir com uma investida muito directa, extrema, claro está, a aguçar o apetite para o apocalipse musical que ainda haveria de vir. Com “Skeksis” a violência continua a desfilar, desta vez com riffs próximos de uns Meshuggah. Os coros femininos e os efeitos sonoros a nos fazerem lembrar vozes alienígenas, começam a surgir e a nos deixar completamente de boca aberta perante a completa esquizofrenia musical que reina na mente deste compositor.

Logo de seguida a brutalidade atinge proporções bíblicas com “Shitstorm” um dos temas mais pesados do disco e que mostra uma bateria completamente endiabrada! A total loucura e sarcasmo de Devin Townsend vem ao de cima em “Two Weeks”, uma balada em violão acústico que só demonstra que este músico não está minimamente preocupado com as susceptibilidades que possa ferir mas sim com a preservação de uma loucura muito própria e controlada. Ainda assim, a violência dos SYL desce a meio tempo e incute alguma melodia em temas como “Love?”, “Possession” ou “Thalamus”, mas é essencialmente de momentos de extremidade, não só sonora mas também conceptual, que Devin e companhia constrói a sua música.

A fechar, para que a “loucura” se enalteça ainda mais, temos “Info Dump” – um ruidoso instrumental de onze minutos construído à base de ondas hertzianas que parecem vir do espaço para nos ensurdecer. Com isto, fecha-se mais um capítulo no estado clínico [leia-se musical] do mestre do metal extremo canadiano. Ele veio de outro planeta tentar passar a sua mensagem... Deixe-se contagiar!

[9/10] N.C.
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