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Review

HIFFEN
“Crashing”

[CD – Edição de autor]

Formados em 1996 pelas mãos de Lizardo Melo (guitarra), Marco Couto (guitarra), Nuno Pereira (baixo) e Mário Tavares (bateria), este colectivo do Pico da Pedra (S. Miguel) viria a substituir o seu inicial nome - Angel Minds - para Hiffen, um ano mais tarde, com a entrada do vocalista Hugo Sousa. Nesta data explanavam um rock tradicionalmente português, mas as mexidas no seu line-up, nomeadamente a saída de Hugo Sousa e Marco Couto, em 2001, para a entrada de Renato Medeiros (guitarra solo) e Catarina Medeiros (voz), começou a operar uma mudança profunda na sonoridade dos Hiffen. Em 2002, com a entrada de Rui Sousa para os teclados e de Andrea Furtado para as segundas vozes, veio a consolidar-se uma nova fase na carreira dos Hiffen, com o Rock português a dar lugar a um Power Metal com algumas nuances progressivas.

Em 2003 deu-se o maior marco na carreira dos Hiffen, com a vitória no Concurso Angra Rock e consequente abertura para os britânicos Paradise Lost. Desta forma, abriram-se-lhes muitas portas e criaram-se condições para que este álbum nos chegasse mais cedo. Sendo assim, 2005 marca mais um momento histórico para a banda (e para o metal açoriano) com o lançamento do seu primeiro álbum.

A experiência que o grupo foi granjeando ao longo dos anos permite-lhe agora demonstrar um conjunto de composições maduras e muito coesas, bem estruturadas e com uma capacidade notável de apelar pelo seu sentido melódico e de canção. Sendo assim, temos nas baladas “Empty Sea” e “Soul Never Ends” (este último a fazer lembrar as bandas Hard Rock dos anos 80 pelo ecoar de tarola) dois potenciais hits de rádio pela sua melodia e certo cariz pop. Por falar em cariz pop, esta é uma característica que se mantém muito presente no som dos Hiffen pela sua parte vocal, já que as capacidades vocais de Catarina Medeiros estão muito longe de atingir aquelas que normalmente figuram nas frontwomans deste tipo de bandas, como por exemplo Tarja Turunen, Sharon Den Adel ou mesmo a "nossa" Ana Lara (Oratory). Assim, envereda-se por um caminho mais sóbrio e de registos médio/baixos, longe dos registos sopranos característicos do estilo. De qualquer forma, é de admitir que este factor até contribui para fugirem a um certo cliché, mas as limitações de Catarina, nomeadamente em notas altas e mesmo na clareza da dicção, acabam por tornar este material um bocado monótono. Não fosse o excelente suporte da bela voz de Andrea Furtado e o resultado não soaria certamente tão brilhante.

De qualquer forma, os Hiffen surpreendem pela qualidade das suas composições e pela forma como inserem alguns elementos progressivos nos seus temas, como no início de “Blind Thought” [com seus compassos bem intrincados], um aroma gótico em “The Never Endless Road” [especialmente pelos floreados dos teclados] e ainda a velocidade de “Look Upon the Rainbow” a invocar os típicos temas power metal. A gravação apresenta-se cristalina e coesa, notando-se apenas alguma falta de força nas guitarras.

No cômputo geral, este é sem dúvida um marco importante para o panorama Heavy açoriano e para os Hiffen, obviamente, pois estão a dar um primeiro passo importantíssimo na sua carreira. Musicalmente, resta-nos esperar que crescam ainda mais com o tempo pois, pela prova que já deram a nível de composição, são capazes de fazer cada vez mais e melhores canções.

[7/10] N.C.
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