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Review

HEMATOMA
“For Yours We Wait”

[CD – Musicactiva]

A par dos Pitch Black, os Hematoma são, certamente, um dos nomes mais notáveis do thrash metal old school criado em Portugal. Pelo que constatamos neste trabalho – o segundo a partir do EP “Till The End” de 2003 - os Hematoma, oriundos de Massamá e formados em 2001, apresentam aqui uma notável coesão ressaltando, facilmente, o profissionalismo e os ideiais bem cimentados desses músicos. Agora com uma editora que lhes tome conta devida dos seus destinos, bem como foi responsável pela produção muito mais requintada de “For Yours You Wait” – aqui a cabo de Nuno Loureiro, nos Estúdios Floyd, com misturas de Paulo Abelho e assistência de João Eleutério, nos OCV Muzika Studios e masterização a cabo do “mago” Tommy Newton - e do seu artwork e conteúdos [este disco possui ainda uma interessante secção multimédia com dados biográficos, vídeos, etc], os Hematoma atacam agora em força com uma imagem muito profissional aliada a si.

Musicalmente, e como já foi referido atrás, os propósitos aqui são bem tradicionais. Os Hematoma remontam aos primórdios do thrash metal, referente a uma face popularizada por nomes como Metallica ou Kreator, e com engenho - mas pouca arte - conseguem um trabalho apuradíssimo na sua vertente, mas pouco [ou nada] pessoal. Já mais de 20 anos depois do seu áureo nascimento, o thrash que os Hematoma aqui tentam recriar já urge uma verdadeira dose de reinventabilidade ou então, ao menos, que não deixem transparecer tanto as influências a que vivem agarrados. Tem um feeling injusto apontarmos o dedo nesse aspecto a uma banda, ainda mais quando técnica e estruturalmente, a sua obra é muito sólida. Ainda por outra prisma, como podemos censurar uma banda quando até a sua maneira de compor torna evidente que esta está completamente despreocupada com inovações e apenas procura prazer em tocar o género que lhes fez despertar a paixão pelo metal? Pois é... “For Yours We Wait” é composto por 5 temas e 26 minutos de duração onde conseguimos reviver plenamente o espírito oitentista do thrash metal. No entanto, há muito pouco espaço a rasgos de genialidade ou a ideias que nos façam manter com o ouvido junto ao altifalante ou a carregar no botão rewind. Tecnicamente, a banda demonstra ter o line-up de executantes perfeito para a concretização dos seus objectivos – tirando a voz pouco aguerrida de Tiago Estrada -, mas aqui falta claramente qualquer “grito” de inovação.

De qualquer maneira, este é um disco a ter em conta para os incondicionais das concepções mais tradicionais do metal e motivo de orgulho para os portugueses por terem encontrado aqui mais um colectivo coeso. Mas este é um disco de sabor muito agridoce pois se, por um lado, satisfaz o nosso sentimento nostálgico, por outro, deixa ficar um enorme vazio a nível de perspectivas.

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