photo logopost_zps4920d857.png photo headerteste_zps0e0d15f7.png

Review

BLACKFEATHER
“Dreaming In The Vastness Found”

[DCD – Edição de autor]

Embora já tenha sido editada em 2002, esta demo intitulada “Dreaming In The Vastness Found” servirá ainda para dar a conhecer mais este projecto saído do nosso underground metaleiro. Os Blackfeather, sediados em Bobadela (Lisboa), formaram-se em Janeiro/Fevereiro de 1997. Então designados Cruelty e embrulhados numa sonoridade bem mais pesada, o death metal, decidiram um ano mais tarde mudar de rumo e passaram a praticar um doom/goth/heavy metal ao jeito do que os seus conterrâneos In Solitude têm vindo a fazer ultimamente.

Algumas mudanças de line-up tornaram-se inevitáveis já que o pretexto musical era outro. Seguindo essas exigências, Pedro Domingues passou a desempenhar a função de teclista e Marco Gaspar ocupou o seu lugar na guitarra. Em Novembro de 1999, após a gravação da sua primeira maqueta – “Blackfeather” –, os grupo vê-se privado de Pedro que abandona por motivos pessoais. Vasco é quem ocupa o seu lugar de pronto. Mais recentemente, o vocalista Luís Nunes também abandona por divergências musicais e, neste momento, é Luís Fonseca dos Backbone (banda de covers) quem assume a liderança das vozes.

Atendendo a que ainda foi com o seu antigo vocalista que os Blackfeather gravaram esta maqueta, fica a expectativa em relação a um futuro trabalho da banda. Muito honestamente este é o sector que se apresenta mais pobre e desajustado do contexto. Para além de que as coisas no seu todo não são, já de si, muito surpreendentes, este lugar era o que demonstrava uma maior necessidade de reabilitação e espero que com Luís Nunes isto se venha a verificar.

Quanto ao resto, os Blackfeather conseguem criar composições interessantes, por vezes com passagens e melodias bastante cativantes e umas atmosferas negras, simples, mas bastante eficazes [como por exemplo na introdução “bf” e em “Last Reincarnation”]. Os teclados de Vasco Pêgo encarregam-se dessa tarefa fundamental no preparado ambiental e gótico dos Blackfeather, cabendo ainda às guitarras de Sérgio Sousa e Marco Gaspar outro dos papéis mais marcantes neste trabalho. Por sua vez, João Clemente no baixo e Miguel Martinho na bateria, não fazem muito mais do que marcar uma presença discreta e limitada.

Sem grandes brilhantismos, os Blackfeather assinam um trabalho que pode crescer de interesse ao longo do tempo mas que dificilmente chegará para surpreender os ouvidos mais exigentes.

[6/10] N.C.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...