photo logopost_zps4920d857.png photo headerteste_zps0e0d15f7.png

Review

METALLICA
“St. Anger”

[CD – Universal]

Antes de começar propriamente a análise a "St.Anger", o tão aguardado novo disco dos Metallica que marca o regresso à ribalta, seis anos após o último trabalho de estúdio, de uma das bandas mais influentes - senão a mais influente – do heavy metal das últimas duas décadas, queria primeiro confessar-vos o quanto me senti assustado pelo peso da responsabilidade, embora tenha partido de mim a iniciativa/desafio, de ter que me instalar em frente ao monitor de um computador, e na mera condição de pseudo-jornalista amador, escrever uma crítica sobre o trabalho de um conjunto de músicos que já fazem parte da história por todo o magnífico imaginário e influência que trouxeram ao metal. Mas é principalmente na condição de amante da música pesada que vos confesso o quanto me foi agradável ouvir esta nova proposta da sociedade Hetfield, Ulrich & Cª.

Após os inúmeros problemas internos que afectaram o grupo e que quase fizeram encerrar as portas do seu quartel em S. Francisco, os Metallica mostram em cada tema de "St. Anger" que estão de novo de muito boa “saúde” e de volta aos bons tempos de rebeldia que caracterizou o grupo na primeira fase da sua carreira. Ao observar o vídeo de “St. Anger” fiquei desde logo preso à cadeira tal era a velocidade com que se via Ulrich desferir furiosas sequências de pedal duplo e com a dupla de guitarras a debitarem descargas bem thrashadas. A presença abrasiva e algo animalesca de Robert Trujillo ajudou ainda mais para que eu e muitos outros fãs ficassem a salivar pela data de lançamento do novo disco dos Metallica.

No entanto, após uma audição integral podemos verificar que este é um disco que pode agradar muito não só aos antigos fãs de Metallica como também possui elementos capazes de cativar os apreciadores de metal mais moderno. Aqui e ali são notados breaks, riffs e melodias bem características da nova geração do metal podendo assim arrastar ainda mais gente para a vasta legião de fãs do grupo norte-americano, embora este registo seja mais um manifesto de independência do que a necessidade do grupo em fazer mais uma pequena fortuna ou provar alguma coisa a quem quer que seja. E isso pode ser confirmado quando se repara no som de St. Anger. Sinceramente nunca me lembro de ver um grupo com tanto estatuto apresentar nesta fase da sua carreira uma produção aparentemente tão descuidada, facto que levou muita gente a protestar e a classificar o som de "St. Anger" como som de maqueta. A verdade é que não tarda muito e já estamos plenamente habituados ao som do disco e à tarola de Ulrich e partir daí é um regalo percorrer a jornada de fúria, raiva e rebeldia que é "St. Anger".

A partir do momento em que sentimos o ataque impetuoso dos primeiros acordes de “Frantic”, tema em que Hetfield se expressa em tons vocais tão raivosos como há muito não se ouvia, os Metallica mostram toda a sua hostilidade até ao último momento do disco, sem haver espaço para uma única balada digna desse nome. "St. Anger" não será, contudo, o melhor disco da carreira dos Metallica mas o alívio é enorme por vermos que a seminal banda de S. Francisco reencarnou o espírito rebelde e cru que a destacou no início da sua carreira.

[9/10] N.C.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...