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Review

MUNICIPAL WASTE
“The Art Of Partying”
[CD – Earache Records]

Cruzar o thrash com o punk/hardcore foi uma tendência que teve a sua origem no início da década de 80 e na altura acabou por criar alguma controvérsia no âmago dos puristas, tanto de uma parte como de outra. No entanto, esta versão metal do hardcore ganhou força lentamente e hoje consegue chamar a si apreciadores de ambas as vertentes. Seguindo de muito próximo os legados de bandas como Suicidal Tendencies, D.R.I., Nuclear Assault e Corrosion Of Conformity [na fase “Animosity], os norte-americanos Municipal Waste surgem em 2000 embebidos num ímpeto revivalista e em termos de atitude figurados num autêntico "antro" de curtição com todos os seus abusos boémios bem recalcados. Aliás, o nome do terceiro trabalho deste quarteto oriundo de Richmond não nos desmente.

“The Art Of Partying” é um poderoso disco de thrash crossover, pleno de determinação e energia rítmica que nos empurra brusca e inevitavelmente para um mosh qualquer onde o bafo a álcool [e algum vómito também] tresanda. O espírito é ressaqueiro e descomprometido como é bem visível também nos seus concertos ao vivo e vídeos promocionais e isto surte efeito a modos que a banda é hoje um considerável caso de sucesso fazendo longas e intensas digressões que este ano incluíram o famigerado Wacken Open Air e o Reading & Leeds Festival, em Inglaterra.

Em termos discográficos, “The Art Of Partying” é o seguimento natural do anterior “Hazardous Mutation”, de 2005, que, por sua vez, já era o refinar de uma fórmula ainda mais bruta e concisa presente na estreia “Waste ‘Em All”, de 2003. Basta dizer que na sua estreia as descargas eram ainda mais furiosas e imediatas, durando cada tema, em média, um minuto. Neste momento, embora isso seja sempre discutível, a banda apresenta-se mais cerebral, ainda que este seja um adjectivo algo paradoxal para o tipo de postura destes “descabeçados”, mas a verdade é que os temas soam mais pensados e com isso a sua duração estendeu-se para os dois minutos.

Embora este seja um disco condicente com os seus antecessores, a banda desta vez pecou um pouco pela aparente falta de inspiração em criar mais daqueles refrões de “ordem” próprios do hardcore. Basta que passemos a pente fino o disco e só no fim, com o extra “Born For Party” – uma regravação do tema com o mesmo nome editado, originalmente, em 2002, num split-CD com os Crucial Unit – obtemos as mais convincentes palavras das cordas incansáveis de Toni Foresta com um abrasivo “Municipal Waste is gonna fuck you up”. Isto no meio dos “clicks” das suas cervejas a abrirem, de resto, como se ouve em outros momentos do seu repertório. O single “Headbanger Face Rip” e “Sadistic Magician” são outros dos momentos altos do disco pelos seus refrões, para além de que temos um candidato a momento Zen do disco - “Beer Pressure” - pelo sentido de paródia. Em suma, “The Art Of Partying” é um convite irrecusável para quem gosta de thrash crossover e aprecia o lado bom da vida...

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