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Entrevista Timeless

ORGULHOSAMENTE PORTUGUÊS

O início do segundo semestre marca o surgimento de uma das bandas nacionais mais promissoras dos últimos tempos. Os Timeless são fruto de uma antiga amizade entre Ricardo Fernandes [guitarrista Marvel] e Miguel Côrte Real [vocalista Arya] e de mais alguns ilustres intervenientes – entre eles Markus Grosskopf [baixista Helloween] na produção – que tentaram levar avante um projecto de estrutura e ambições muito fortes. “Dawning Light” é o primeiro rebento desta união e não sobram dúvidas de que o power metal sinfónico aqui apresentado é digno de se propagar por esse mundo fora com todo o orgulho. Muito profissionalismo pauta um trabalho que é descrito na seguinte conversa que tivemos com Ricardo Fernandes.

Já há muito tempo que não ouvia falar de ti nem dos Marvel. O que tens feito?
Realmente houve um espaço de tempo muito grande desde os Marvel aos Timeless. Isto deveu-se a vários factores, desde achar as pessoas certas para levar o projecto Timeless a bom rumo, a desventuras e falsas promessas de certas editoras. Mas, finalmente, o disco de Timeless vê a luz do dia com o destaque e promoção que achamos que este trabalho merece. Entretanto, tenho também trabalhado mais como produtor, tendo produzido alguns trabalhos para bandas amigas, bem como o disco dos Timeless e, mais recentemente, o novo disco dos Arya que irá sair brevemente e com grande impacto. Estou neste momento também a misturar um memorável concerto ao vivo dos Arya gravado na concentração de Gois.

Vim a descobrir que os Timeless já eram um projecto teu de há muitos anos com o Miguel Côrte Real. Porque o decidiram ressuscitar?

O Miguel sempre foi um grande amigo meu e sempre houve esta vontade de trabalharmos juntos. Houve uma altura em que devido a menos trabalho com os Arya e Marvel surgiu a oportunidade de voltarmos a trabalhar juntos. Havia também a vontade de fugir ao tipo de música que fazíamos nas nossas bandas e como sempre partilhamos este gosto pelo Metal o resto foi um passo natural. Compusemos uma maqueta com dez temas novos tudo gravado por mim e pelo Miguel e apresentamos a maqueta a outros músicos para entrar em estúdio e gravar o disco. O projecto foi bem recebido e Paulo dos Ramp foi gravar a bateria, o Rui dos Oratory gravou o baixo e, numa fase posterior, Rui Rocha [ex-Faithfull] ainda gravou alguns teclados.

Que visão tens deste projecto? Este é concebido ao nível do melhor que se faz no estrangeiro. Estão dispostos a extravasar as nossas barreiras e a fazer uma carreira internacional?
Nós estamos a apostar forte na promoção cá para tentar ter uma base o mais sólida possível no nosso país, tentando assim entrar no mercado internacional. Não tem sido fácil obter reacções das grandes editoras de metal europeias, porque eles só recebem material solicitado ou quando enviado por alguém que os A&R conheçam. Temos planeadas duas apresentações do disco: uma em Lisboa e outra no Porto. Aí iremos captar o áudio e o vídeo com vista à gravação de um DVD que poderá ser uma outra arma para atacar os A&R das editoras europeias e japonesas. O nosso grande alvo é mesmo a carreira internacional. Adoramos o nosso país e tocar para o maravilhoso público português, mas o mercado de metal é muito pequeno ao nível do número de vendas de discos ou mesmo de sítios por onde tocar.

As reacções como têm sido?
As reacções ao disco têm sido excelentes. Temos tido boas críticas e bom feedback dos media. A FNAC que foi nossa parceira no lançamento, está contente também com a evolução das vendas e isto é apenas o início. Com a apresentação oficial do disco programada para o início de Outubro está planeada uma promoção massiva de forma a dar a conhecer ainda mais o nosso nome na comunidade metálica portuguesa. Está também programado o lançamento de um segundo single com videoclip.

Como surge o Markus Grosskopf neste projecto?
O Markus tornou-se um bom amigo do Miguel quando se conheceram numas férias. Ele adorou a voz do Miguel e quando mais tarde numa das vindas de Helloween a Portugal, durante um jantar, lhe falamos em gravar um projecto de Metal, ele mostrou-se imediatamente interessado em nos ajudar na produção do disco.

O Paulo [Ramp] foi convidado a gravar a bateria… mas alguma vez houve a intenção dele integrar a banda ou não tinha condições para isso?
A ideia inicial era o Paulo fazer parte da banda. Chegou a fazer um grande show connosco num grande Festival na Anadia. Infelizmente, devido aos compromissos profissionais do Paulo e o tempo que os vários projectos em que ele está envolvido consomem, tivemos de arranjar alguém com mais disponibilidade para os Timeless que cada vez consomem mais tempo e requer mais dos músicos que deles fazem parte.

Musicalmente, esta não te é uma vertente alheia, muito pelo contrário. Como foi compor material para os Timeless?
O processo de composição para os Timeless foi algo muito fluído. Tudo surgiu de forma muito natural e espontânea como se já tudo estivesse cá dentro guardado à espera de ser despertado. E aconteceu o mesmo com o Miguel quando ele arranjou as linhas vocais para o disco. Não sei se foi da amizade de longa data e do conhecimento que já tínhamos um do outro e dos limites de cada um, mas foi o processo composicional mais fácil e mais divertido. A integração do Paulinho para a gravação da bateria também correu estupendamente. Em pouco tempo ele estava pronto para gravar o disco e o fê-lo em tempo recorde !

A versão de “Canção do Mar” está estupenda! Como surgiu a ideia de a executar e gravar?
A ideia de fazer uma versão da “Canção do Mar” surgiu do Miguel. A ideia era de mostrar algo da nossa cultura ao resto do mundo. Os arranjos que eu fiz para a música foram feitos de forma a se tornarem uma antítese aos arranjos originais mais bucólicos. Daí os riffs mais progressivos a terem tornado, eventualmente, numa das músicas mais “pesadas” do disco. É muito engraçado ouvir as duas versões lado a lado. Elas estão tocadas no mesmo tempo, na mesma escala e com todas as partes incluídas.

Portanto, existe vontade de mostrar a nossa cultura no vosso álbum, quer nas letras, quer no seu artwork?
Claro. A nossa grande vontade de mostrar que Portugal tem bandas e que conseguem fazer trabalhos com qualidade para vingar internacionalmente está presente em todo o disco. A presença da Janela de Tomar na capa do disco é mais uma prova deste facto !

Como vai ser conjugar os Timeless com os outros projectos de que os seus membros fazem parte? Os Timeless são a vossa prioridade?
Está a ser muito fácil conciliar uma vez que com a formação actual, para além dos músicos a tempo inteiro dos Timeless, só temos elementos dos Arya que é como uma banda irmã. Tem havido um grande apoio de parte a parte entre ambas as bandas. E é saudável ver este tipo de cooperação. Esperamos também com as apresentações do nosso disco e com as bandas convidadas para a festa, abrir caminho para mais e melhores colaborações que levem cada vez mais pessoas a ver espectáculos e festivais de Metal.

Até agora têm feito muita promoção ao vivo? Tem corrido bem?
Devido ao atraso no lançamento do disco e da promoção ter começado a ser feita bastante tarde (Junho) foi um pouco difícil apanhar lugar nos habituais festivais deste Verão. Mas as actuações que demos foram muito bem aceites pela audiência.

Perspectivas em relação às próximas movimentações da banda?

Vamos apostar agora em força no seguimento das nossas apresentações para uma mini-tour de Inverno que esperamos seja feita no âmbito da tal colaboração entre bandas que eu mencionei atrás. Neste momento estamos concentrados na planificação do espectáculo e na organização das festas de apresentação do disco e toda a promoção que vai ser gerada à volta destes eventos. Posteriormente vamos lançar um segundo single com videoclip para continuar a promover o CD “Dawning Light”.

Algum comentário final?
Gostaria só de apelar à grande comunidade que gosta de Metal em Portugal para apoiar as nossas bandas. Temos bons valores por cá e é por vocês e pelo amor que temos pela música que nós trabalhamos. Os Timeless vão continuar sempre a lutar por mostrar ao país não só o nosso trabalho mas o de todas as outras bandas de qualidade que queiram embarcar connosco no sonho que é fazer os portugueses acreditarem no produto nacional. Queria também deixar os nossos agradecimentos a todas as pessoas que tem comprado o disco e assistido aos nossos concertos e a todos os que nos têm apoiado e ajudado nesta nossa jornada!

www.timeless-metal.com

Nuno Costa
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