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Entrevista Sinamore

PECADO ADITIVO

A lançar a 30 de Janeiro, “A New Day” é o álbum que vai dar a conhecer ao mundo os finlandeses Sinamore. Oriundos do vasto arquipélago de Hamina, ao largo da Finlândia, este quarteto vem mostrar-nos o porquê do seu país ser um dos expoentes máximos a nível de rock gótico na Europa. A juntar a bandas como HIM, Nightwish ou Charon temos agora os Sinamore a debitar rock melancólico e melódico, num perfil tão enquadrado com o catálogo da conhecida Napalm Records, que agora os assina. Após um início conturbado, a banda conseguiu finalmente gravar o seu primeiro álbum e, por isso, a SounD(/)ZonE foi encontrar um Tommy Muhli (guitarrista) muito bem disposto.

Apresenta os Sinamore aos Açorianos! Como foi que tudo começou?
No final dos anos 90, um conjunto de amigos de infância pensou em formar uma banda...E foi basicamente isso. Penso que terá sido, mais precisamente, em 1998 quando os três membros fundadores Mikko Heikkilä [guitarra e vozes], Jarno Uski [baixo] e Miika Hostikka [bateria] começaram a trabalhar mais seriamente nesse sentido. Entretanto, foram fazendo os seus próprios temas, gravaram 3 demos e, após isso, juntei-me a eles, decorria o ano de 2002. Quanto ao som, penso que praticamos heavy metal numa onda mais dark...

Mencionaste, que a banda, após ter tomado a decisão de se formar, começou a fazer os seus próprios temas... Isto significa que antes era uma banda de covers?
Bem, toda a gente tem que começar por algum sítio. Mas penso que, após tocar a “Enter Sandman” por várias vezes seguidas no ensaio, começas a enervar-te! (risos)

Tu foste o último elemento a se juntar à banda. Como surgiu a possibilidade de te juntares a ela?
Eu tocava bateria numa banda de metal que ensaiava mesmo ao lado da sala deles, aqui em Hamina e descobri que eles estavam à procura de um segundo guitarrista,. Então combinamos tomar um copo juntos. E foi assim que a nossa relação começou – de uma conversa com odor a cerveja! (risos)

E como, efectivamente, entraste para o mundo da música/metal? Que bandas te inspiraram?
Bem, eu toco todos os estilos de música... Mas comecei a tocar guitarra quando tinha 6-7 anos quando ouvia Metallica e cenas dentro do estilo. Tempos depois comecei a tocar bateria numa banda de punk/rock e criei algumas coisas dentro do techno/metal. Eu sinto-me influenciado um pouco por tudo dentro da cena musical, desde o rock, metal, pop...

Achei curiosa a forma como vocês falam da vossa terra natal na vossa biografia. Aquele “cenário pitoresco de pescadores” foi algo que vos influenciou humana e musicalmente? Ou até mesmo aqueles “guetos” da cidade de Summa, ou até o “infame“ arquipélago de Hamina?...
Bem, eu penso que a Finlândia, sendo um país pequeno, obriga-te a fazer algo relevante. Nós temos um passado muito “colorido” mas, num sentido, moldou-nos de forma a que nos tornássemos nas pessoas modestas e melancólicas que somos.

É um bocado como o povo português e o seu Fado...

Sempre sendo arreliados pelos mais velhos...(risos)

Como está a cena aí na Finlândia?
Eu penso que está muito forte hoje em dia. A música finlandesa parece finalmente ter encontrado maneira de sair do seu espaço, graças ao sucesso de bandas como os HIM e Nightwish, por exemplo.

Achei curiosa a maneira como vocês descrevem o som dos Sinamore no vosso site – “um cruzamento de HIM com Katatonia com um aroma a Bon Jovi”. De facto, existe uma cena goth rock muito forte na Finlândia. Sentem-se inspirados por ela?
Bem, quanto aos Katatonia sim, mas não muito pelos Bon Jovi! (risos) Mas sim, de facto assimilamos muitas influências de bandas finlandesas e daquilo que escutamos todos os dias. No entanto, penso que não nos inserimos tão facilmente nessa cena gótica...Penso que somos mais rock.

Mas onde ficam as semelhanças com os Bon Jovi?
Eu penso que a descrição sobre os Bon Jovi tem a ver com a orientação das guitarras de uma banda que usa elementos dark e melancólicos na sua música, ou qualquer coisa parecida! (risos) De facto, a frase foi minha! (risos)

Vocês gravaram 5 demos antes do vosso álbum de estreia... Estava a ser difícil “romper” na cena finlandesa?
Bem, eu penso que a razão principal prende-se com o facto de que não estávamos preparados para isso na altura. A nossa capacidade técnica, bem como o nosso patamar musical só agora é o ideal para partirmos “à conquista do mundo”! Claro que precisamos de fazer melhor ainda, mas penso que percebes...

Sim, claro! E o que vos levou a quebrar contracto com a vossa antiga editora japonesa que ia lançar o vosso primeiro álbum?
Impuseram-se muitas dificuldades, em todos os aspectos. Nós não recebíamos o nosso dinheiro, a comunicação era difícil...Enfim, uma história muito longa.

Bem, e no entanto vocês permaneceram sem ninguém que vos lançasse o trabalho que, por sinal, já estava completamente gravado...
Sim, mas escolhemos não lançá-lo. Quando assinámos com a Napalm, nós fizemos a proposta de gravar um trabalho melhor. E eles aceitaram. Por isso, entrámos em estúdio de novo com um conjunto de novos temas e melhorámos tanto a gravação como a execução.

Mas algumas canções continuam a ser antigas em “A New Day”?...
Sim, algumas.

Antigas até que ponto?
“Crimson Leaf” foi originalmente gravada em 2001. “Sleeping Away” foi gravada em 2003. Todo o resto é novo ou ainda não foi lançado oficialmente.

Então podemos dizer que “A New Day” ainda representa bem o que os Sinamore são hoje...
Sim, podemos dizer que sim. Penso que estamos a caminhar para um patamar um bocado mais obscuro hoje em dia, mas também não demasiado. Não quero dizer com isso que vamos tocar black metal ou coisa parecida! (risos)

Como surgiu a hipótese de assinar com a Napalm?
Começou tudo por uma coisa simples: um e-mail. Escrevi ao Thomas (o nosso A&R) para perguntar-lhe se tinha recebido a nossa demo. Ele respondeu que não. Com essa resposta aconselhei-o que fosse ao nosso site e ouvisse o nosso material. A partir daí disse que sim! (risos) Daí pediu que lhe mandássemos material novo e depois foi só uma questão de assinar.

Em relação ao nome da banda, vocês primeiro tinham outra designação, certo?
Sim, passámos de Halflife [H/L] para Sinamore. Gostamos de nos ir mantendo actualizados. Primeiro, o nome Sinamore não passava de uma combinação estranha de palavras. Mas agora, pensando mais seriamente, ele reflecte o sentido da banda nas nossas vidas. Simbolicamente, representa qualquer coisa como o “pecado que adoramos fazer”... Até agora não nos arrependemos dele. “Pecado” no sentido em que extrai muito tempo e energia das nossas outras coisas da vida.

O vosso novo álbum aborda que temas?
Muitas coisas... Solidão, rejeição, a loucura do mundo, coisas desse género. Assuntos depressivos, não? É realmente difícil fazer-se canções alegres dentro do metal...

Desta vez vocês tiveram a oportunidade de gravar com um grande produtor. Acredito que tal não tenha sido possível com as vossas demos, certo?
Na verdade, fizemos duas gravações com o Teemu anteriormente. Mas desta vez, tivemos o Anssi Kippo a misturar o álbum. Penso que ele foi capaz de dar um novo ar “aguçado” ao nosso material. Mas o Teemu é realmente uma excelente pessoa com quem se pode trabalhar. Tivemos pouco tempo juntos porque estávamos com pressa em gravar mas, mesmo assim, divertimo-nos muito.

O que estão os Sinamore a fazer neste momento, uma vez que o seu novo álbum ainda não foi lançado?
Estamos a tentar promover o álbum o mais possível. Também me encontro a preparar o nosso próximo vídeo... Temos também ensaiado para os concertos, procurado agentes de espectáculos e um contracto com um manager, coisas do género...Temos muito trabalho a fazer!

Existe a possibilidade de uma tournée grande pela Europa?
Não direi que será uma tournée enorme, mas encontramo-nos a trabalhar para isso. Sinceramente, espero que possamos tocar fora da Finlândia o mais possível...

Para finalizar, um último comentário para os Açorianos e leitores da SounD(/)ZonE.
Se fores um fã de rock/metal gótico com uma tendência dark, estás convidado a visitar o nosso site para pesquisar vídeos e mp3. Comprem o nosso álbum, venham-nos ver ao vivo e, já agora, um feliz ano para todos!

PLAYLIST TOMMY MUHLI

MEW – “….And The Glass Handed Kites...”
Opeth – “Ghost Reveries”
Swallow The Sun – “Ghosts Of Loss”
Strapping Young Lad – “Alien”
Soilwork – “Stabbing The Drama”

Nuno Costa
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