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Entrevista Kaos

AS FACES DE UMA EXISTÊNCIA

Contados já 7 anos de existência nos quais a banda foi frequentemente abalada pelas constantes mudanças de line-up, os micaelenses Kaos apresentam-se hoje como um colectivo mais sólido e estável. Apontados como uma das maiores promessas do novo metal açoriano é em torno do vocalista Brian Medeiros que se constrói o actual espírito e carácter do grupo. A SounD(/)Zone tentou conhecer melhor o líder dos Kaos e desvendar os planos da banda para os próximos tempos.

Como e quando começaste a cantar?
Comecei em puto nos festivais da canção no Nordeste, no qual participei três anos seguidos, vencendo as três vezes, o que me deu grande satisfação, pois eu era uma criança e os outros participantes eram quase todos mais velhos com 10, 20 ou até 30 anos. Depois fiquei sem cantar até aos Kaos.

Como surgiu a oportunidade de seres vocalista dos Kaos?
Tudo aconteceu quando os Kaos me convidaram para uma espécie de audição e nesse mesmo dia convidaram-me para ficar como vocalista da banda. Assim fiquei com o lugar que estava vago.

Há relativamente pouco tempo, a banda perdeu mais um dos elementos da sua formação inicial, o guitarrista Bruno Moniz. Gostarias de nos contar o que se passou?
Nem por isso. Acho que as pessoas que sabem o que se passou, são as pessoas que têm de saber.

Como está a situação do Pedro Silva? Ele vai manter-se na banda mesmo estando no continente e só ensaiando nas férias?
Claro! Ele já está no continente há anos e agora falta pouco para ele voltar. Ele é uma pedra muito importante na construção daquilo que os Kaos fazem.

Agora que estamos no Verão e se aproxima a época dos concertos, o que é que podemos esperar dos Kaos agora que mudaram de guitarrista?
O Sérgio já entrou há um ano para a banda e encaixou que nem uma luva. Quanto ao que fizemos em termos de material, não foi muito, porque vários elementos da banda tiveram de se deslocar da ilha por várias razões, mas já estamos a ensaiar há algum tempo. Fizemos uma música nova chamada “2 Sides Two” que nos deixou muito satisfeitos, e modificamos algumas partes de outras musicas e já começamos noutra nova.

Já tive oportunidade de ouvir um dos vossos últimos temas -“Raging Blossom”- onde inclusive participa a Nanita, vocalista ex-Yellow Stone, e fiquei um pouco surpreendido com a invulgar dose de melodia contida nele. Vocês costumam ser muito mais “agressivos”. Podemos encarar isso com um sinal de que vocês começam a sentir necessidade de “abrandar” e explorar outros caminhos?
Não tem nada a ver. Cada música funciona independentemente das outras. Essa em particular tem uma parte melódica muito tocante mas também tem uma parte brutal mas a melhor resposta será ouvirem as músicas que virão. Nós não medimos as músicas, aquilo que sai nos ensaios e que gostamos é isso que tocamos. Primeiro nós, depois os outros. È assim que deve ser.
Após 5 anos de existência e de um percurso que vos coloca hoje no patamar das bandas açorianas que gozam de uma popularidade considerável, vocês já pensam em gravar algo ou não?
Toda a gente que tem uma banda de originais a que se dedica, pensa em gravar. E como é claro, nós também pensamos, mas cá não é fácil gravar por várias razões, desde problemas económicos até conseguir encontrar um produtor de jeito dentro da nossa onda musical. Mas não é impossível e os Kaos acham que está na altura de tentar o melhor possível para o fazer.

Que temas abordas naquilo que escreves?
Os temas são vários. Já temos um repertório relativamente composto e os assuntos são bastante diferentes um dos outros e isso prova a variedade dos temas. O melhor será mesmo ouvi-los no seu contexto natural, isto é, ao vivo

Visto que é muito difícil ser-se músico nos Açores, como é a vossa relação com a música? A música é apenas um hobbie ou vocês pretendem quebrar as barreiras da insularidade e trabalhar para alcançar uma carreira mais ambiciosa?
O que os Kaos pretendem é ir o mais longe possível e até onde formos vamos ficar satisfeitos. Já estamos felizes com o que já alcançamos, que não foi muito mas que por si só já valeu a pena. Claro que queremos mais, mas para isso teríamos de trabalhar um bocado mais e deixar a ilha, o que será a única hipótese... Veremos.

Sei que, apesar de viveres em S.Miguel, deslocaste com alguma frequência ao continente aquando das actuações das tuas bandas internacionais preferidas e suponho que a partir daí deves ficar com uma noção mais clara de como trabalham essas bandas. Qual é a sensação que ficas em relação às bandas de cá? Achas que existe realmente uma diferença de valores abismal?
O que sinto nos espectáculos a que vou ver é que os músicos que estão em palco que são estrelas internacionais não são diferentes de todos nós e basta acreditar, querer e trabalhar, trabalhar e trabalhar para alcançar aquele patamar e no futuro é bem capaz de aparecer bandas açorianas lá perto ou mesmo lá.

Já agora, que concerto te ficou mais marcado na memória?
Já vi muitos concertos nos quais “passei-me” sempre. Mas os mais marcantes foram Linea 77, Tool, Deftones e Mudvayne.

Há algum projecto açoriano que te desperte especial atenção?
Em especial os Hangover mas há mais algumas bandas que eu acho muito interessantes e outras não.

Existe a ideia generalizada de que os músicos do Metal são pessoas decadentes e que vivem rodeadas de drogas e álcool. Mas, no entanto, vivemos num país onde alguns dos maiores ícones literários são precisamente pessoas que recorriam a drogas para se inspirarem artisticamente sem por isso, deixarem de merecer o respeito da população. Porque é que achas que não acontece o mesmo em relação aos músicos?
Sinceramente, não me importo com a opinião dos outros. Importo-me é com a minha opinião e a minha opinião é: preocupo-me comigo e com os meus e o resto é conversa. Como sabem o povo adora inventar.

Nuno Costa
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