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Entrevista Hiffen - Especial Roquefest 2007

ROTAS DE COLISÃO

São um caso de persistência no panorama metaleiro açoriano. Apesar de todas as metamorfoses musicais e ao nível da formação, os Hiffen já trilham os caminhos do Heavy Metal há 11 anos, um dos quais sob o nome Angel Minds. Encontraram a sua grande rampa de lançamento no concurso Angra Rock 2003, de onde saíram vencedores, e dois anos depois gravaram o seu primeiro longa-duração – “Crashing”. Este atingiu notável projecção nas rádios e imprensa e ficou a nota de que o power/goth metal deste sexteto do Pico da Pedra possui capacidades para voar alto. Em tempo de “ressaca” do lançamento de “Crashing” a altura é já de compor novos temas, pensar num novo disco e, mais recentemente, num videoclip que pretendem terminar até ao final do Verão. Renato Medeiros, guitarrista e principal compositor da banda, falou-nos de tudo isto e do que espera do concerto do dia 22 de Maio, no Roquefest 2007, onde prometem executar muito material novo.
Sensivelmente um ano e meio depois de “Crashing” ter sido lançado é quase inevitável perguntar-te que balanço fazes dos seus resultados...
Bem, o balanço é deveras positivo pois é o nosso primeiro trabalho discográfico e, como tal, foi a nossa primeira investida no mercado musical! Com ele atingimos 90% dos nossos objectivos, ou seja, conseguimos uma editora, chegar ao mercado internacional e às mais importantes rádios portuguesas, e não só, destinadas a este género musical!

Ainda assim, há decepções em algum aspecto, porventura...
Penso que existirão sempre decepções para qualquer banda de Metal que queira neste momento vingar na música, pois apesar de ainda existirem seguidores, já não existem muitas editoras e promotoras internacionais a quererem apostar neste género de música, pois acham que este não é lucrativo a curto-médio prazo.

Estiveram praticamente um ano a promover “Crashing” sozinhos. Que limitações sentiram para desempenhar este papel? Tocar, ensaiar, agendar concertos, arranjar contactos de agentes e editoras para enviar discos, não será, certamente, algo que se acumule com facilidade...
Estavamos limitados à distância que existe entre os Açores e o resto do mundo. Acabámos por ficar saturados de tanto tentar e foi já numa altura em que não estávamos à espera de mais nenhum contacto que surgiu a No!Records. Felizmente para nós, pois agora poupam-nos imenso trabalho!

Dos contactos que estabeleceram concluis que o nosso país é mais receptivo ao vosso trabalho ou, pelo contrário, o estrangeiro?
Neste momento, penso que as coisas estão equilibradas, pois tanto estamos a ser bastante divulgados em Portugal como um pouco por todo o mundo através da internet.

“Crashing” nunca chegou a ser promovido ao vivo fora dos Açores. Esta será, certamente, uma situação muito difícil de aceitar...
Esta é uma lacuna que pretendemos resolver de uma vez por todas! É muito dificil mesmo aceitar esta situação visto que nós açorianos gastamos tanto dinheiro a organizar eventos onde actuam bandas do continente e eles lá raramente, para não dizer nunca, se lembram de nós e que existem bandas por cá com qualidade tão boa ou muitas vezes melhor que as de lá!

Chegou-se a falar de uma tournée vossa pelo continente há cerca de um ano. Esta ideia acabou por não se concretizar. Alguma razão especial?
Em Setembro de 2006 tinhamos tudo acertado para a nossa primeira grande digressão em Portugal continental mas, por motivos profissionais meus, teve que ser cancelada.

Há bocado comparávamos o grau de aceitação ao vosso trabalho entre o nosso país e o estrangeiro. Ainda que falando do nosso país, mas passando para uma realidade insular, os Açores estão mais tolerantes para com o vosso estilo musical?
A meu ver penso que sim. Os Hiffen têm vindo a evoluir a cada ensaio que passa e por isso o nosso estilo musical tem vindo a ser melhor trabalhado para que a nossa sonoridade melhore sempre a cada vez que actuamos.

Como entendes que o facto de terem um pouco a “imagem de mal amados” do Heavy Metal nos Açores seja quase exclusivamente proporcionada pelo próprio núcleo metaleiro?
É um facto a que gostamos de dar o seu valor mas que nunca nos faz desviar do nosso traçado! Cada um é livre de escolher e escutar o que gosta. Gostos não se discutem, mas sim desculpam-se! Quando uma banda actua fá-lo por gosto e vontade de expressar-se perante o público e isso os Hiffen fazem-no há já 11 anos. Não fazemos isto apenas por “desporto”!

Tratar-se-á de falta de união... inveja?As duas coisas estão sempre de braço dado aqui nestas ilhas e isso é mau! Nós estamos sempre prontos a novos desafios e convívios com qualquer outra banda porque não invejamos ninguém e queremos que a união entre todos volte a ser a que era há alguns anos atrás!

Eu arriscaria até a dizer que o som dos Hiffen é mais virado para as pessoas que não são muito ferrenhas do underground. Por exemplo, constato que muita gente dos Açores que gosta da vossa música é mais velha e até são pessoas muito pouco ligadas ao Heavy Metal... Como analisas este indicador?
Este indicador não me diz nada porque para mim público é público, ou seja, qualquer classe etária ou raça étnica é público e fazemos música que possa agradar a todos e não apenas a alguns!

Mas isto até vos tem sido favorável. Isto porque, sendo manifestamente mais melódicos e acessíveis, conseguem tocar em festas a que mais nenhuma banda de Metal pesado dos Açores consegue chegar. Falo, por exemplo, das comemorações do 25 de Abril, nas Portas da Cidade de Ponta Delgada...
Para nós foi um espectáculo como qualquer outro! Demos o nosso melhor e estivemos perante pessoas de todas as idades, o que nos impressionou pela positiva!

Contudo, acabam por ter um público fracturado nessas situações. Como é tocar para público que não é adepto do Metal?
É indiferente para nós porque, como já referi, público é público desde que esteja lá a ouvir e apoiar!

Voltando um pouco atrás, à questão do vosso contracto, como apareceu a No!Records no vosso caminho?
A No!Records contactou-nos via e-mail e posteriormente via telefónica para nos propôr um contrato e nós lá estudamos a situação e acabamos por aceitar!

Que alíneas existem neste contracto? A No!Records é apenas distribuidora ou assegura também outros assuntos relacionados com a banda?
A No!Records trabalha connosco a nivel de distribuição, promoção e edição, ou seja, os assuntos internos da banda não constam do contrato!

Pergunto-te isto porque, na altura em que surgiram, estavam a contactar centenas de bandas, inclusive, muitas dos Açores, mas apenas com o intuito de as distribuir. Com os Hiffen é diferente?
Sim. Soube que contactaram também outras bandas cá dos Açores e que era apenas para distribuição!

E sentem-se seguros a trabalhar com eles? Isto porque são uma estrutura completamente nova no nosso país, embora nela trabalhem pessoas com bastante experiência.
Estamos totalmente satisfeitos até porque eles já trabalham em conjunto com outras editoras e têm o seu site na internet onde vendem e promovem as bandas do seu catálogo!

Pelas informações que têm corrido os Hiffen estão já a gravar o seu primeiro videoclip! Confirmas?
Não! Ainda não iniciamos as gravações do nosso primeiro videoclip por falta de verbas mas asseguro que até o final do Verão possamos ter este vídeo concluído.

De que tema se trata e qual será o seu conceito?
Estamos analisando três temas pelo que de momento não posso adiantar mais!

Quem está a suportar este evento? Têm algum apoio cultural por trás? Isto partindo do princípio de que é um videoclip mais sério e profissional, logo mais dispendioso...
Por ter um orçamento bastante elevado este evento ainda não teve início e, como já referi, ainda não detemos qualquer tipo de verbas.

Já vislumbram maneiras de o pôr a rodar em canais nacionais ou estrangeiros?
Nesta área já temos algumas ideias e contactos mas as coisas serão feitas com bastante calma.

No dia 22 de Maio rumam ao Roquefest 2007 para actuar. É um festival que apesar de ter tido apenas uma edição e ter um formato muito underground tem deixado as pessoas com muita expectativa para participarem nele... Qual a tua opinião sobre o Roquefest?
É neste momento o festival de Metal que está mais participativo em São Miguel e, por isso, estamos com bastante motivação para actuar nele!

Sentes-te honrado de fazer parte de um cartaz como o do Roquefest? Alguma banda em particular que admires neste cardápio?
Sim, de certo modo, sinto-me honrado por tratar-se do segundo festival Roquefest e porque iremos actuar com os The SymphOnyx!

O que podemos esperar dos Hiffen para este espectáculo?
Podem esperar muito “barulho” e suor porque iremos apresentar novos temas e apenas dois do “Crashing” serão ouvidos.

Para a época de Verão a banda já tem mais alguma data agendada?
De momento, ainda não porque estamos a dar mais atenção à situação do videoclip mas esperamos que possam aparecer alguns concertos.

E para os próximos tempos o que têm os Hiffen previsto no seu plano de trabalho para além do videoclip?
Já temos material novo e estamos a planear gravar o nosso próximo disco para breve! Estamos também a tentar alterar algumas definições musicais entre os instrumentos mas isto poderá ser escutado no Roquefest.

Que orientação estão a seguir estes novos temas?
O que posso dizer é que este novo material é bem mais agressivo que o do “Crashing”.

Pelo que sei estão a tentar autonomizarem-se e a trabalhar num estúdio próprio... Andas a aprender a trabalhar com software de gravação, certo?
De facto, eu desde há uns meses que ando a aprender a trabalhar com hardware e software de gravação mas ainda não penso em gravar nada de Hiffen!
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