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Ao vivo - Spitshine/Jaime Goth

SPITSHINE/JAIME GOTH
04.05.05 - Campo de S. Francisco, Ponta Delgada

No âmbito das comemorações festivas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, a Câmara Municipal de Ponta Delgada, através da ANIMA, escalonou mais uma maneira de dinamizar, de forma saudável e musical, a noite de quarta-feira, dia 4 de Maio, no Campo de S. Francisco. O cartaz musical desta noite fria de Primavera ficou marcado pela presença do experiente e sobejamente conhecido Jaime Goth e sua banda, e dos hard rockers Spitshine.

O palco, dividido por estes dois nomes de relevo do panorama musical açoriano, foi estreado pelo veterano Jaime Goth, que nas honras de abertura nos brindou com a classe de uma actuação de inúmeras fragrâncias étnicas e folclóricas. Revisitando imaginários africanos, pop, reggae e até rock, Jaime executou versões de temas bem populares e conhecidos do público, levando-nos numa jornada infindável pelo mundo cultural e estilístico da música. Uma autêntica “viagem pelo mundo” sem nunca tirarmos os pés de onde estávamos.

De seguida, e cerca de uns 40 minutos depois, o público mais novo e afecto a sonoridades mais energéticas e efusivas, teve o privilégio de presenciar um dos mais talentosos e promissores colectivos de hard’n’heavy dos Açores. Compostos por músicos de alta craveira, os Spitshine mostraram desde início porque é que mereceram a aposta da ANIMA e da Câmara Municipal de Ponta Delgada para o desfecho desta noite de música. “Tchill” com um refrão catchy e apelativo lançou os Spitshine por um desfile de temas de óptimo hard rock, por vezes com riffs bastante poderosos [como no final “Rumble”] e uma composição musical suficientemente equilibrada para agradar aos mais diversos gostos e ouvidos. Impressionantes na arte de estar em palco e transmitir coesão e boa disposição, os Spitshine aliam a tudo isto uma destreza técnica superior, especialmente ao nível das guitarras, ou não estivéssemos a falar do jovem génio açoriano das seis cordas, Luís H. Bettencourt. A banda pisou por vezes territórios alheios, que é como quem diz, temas [clássicos] de outras bandas pop em versões muito bem adaptadas ao seu género, como “Vénus” dos Banarama e “Larger Than Life” dos Backstreet Boys. Pelo meio, e no seguimento da versatilidade técnica dos seus músicos, encontrámos a excelente balada “Let Go”, executada ao piano pelo próprio guitarrista Luís H. Bettencourt e pelo vocalista Cadi. No final, um público rendido ao talento e a segurança de um colectivo que só precisa mesmo de ter a convicção para chegar mais longe. Porque condições artísticas não lhes faltam.

De salientar que são estas iniciativas que continuam a fazer com que os nossos músicos se sintam motivados a seguir o seu caminho musical, ainda mais quando se trata de um estilo como o rock, tão marginalizado, mas que é na realidade a facção onde a maioria dos jovens nos Açores se enquadram e identificam. Numa planície árida e [quase] infecunda como os Açores, isto falando em termos de dimensão artística, são de louvar estes pequenos “oásis” criados pela Câmara Municipal de Ponta Delgada. Esperamos por mais!

Nuno Costa
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